Wednesday, April 19, 2006

Aula 10 – Lei de Sociedade

1-Necessidade da Vida Social
O homem foi feito para viver em sociedade, pois necessita da vida em grupo para alcançar um progresso que sozinho lhe seria inacessível por lhe faltar todas as faculdades. A vida em isolamento absoluto á contrária à lei natural, pois necessitamos da união e da proximidade de nossos semelhantes de modo a exercermos o auxílio mútuo. Todos temos oportunidade de viver de algum modo em comunidade.
2-Usufruto e Participação
Nos grupos sociais podemos experimentar vários papéis e níveis de relacionamento. Ao integrar uma entidade de classe ou um clube, por exemplo, efetuamos contribuições periódicas, como as mensalidades, que custearão a organização. E, em contrapartida, seremos beneficiados por suas conquistas e atividades. É bom encontrar o clube limpo, a piscina saneada, as quadras em boa manutenção. Até aqui estamos vivendo o usufruto.
Nosso vínculo tem potencial para se aprimorar, e podemos abraçar uma parcela maior de responsabilidade, passando a freqüentar reuniões deliberativas, assembléias para integrar o conselho ou grupos de trabalho. Neste momento, passamos do usufruto à participação.
A participação é um fator que burila nossa sensibilidade para as causas coletivas e nos propicia uma visão mais abrangente de problemas comuns.
Quando vamos à Casa Espírita para assistir a reunião pública e receber passes, estamos usufruindo. Ao passarmos a trabalhar em alguma das muitas atividades do centro, nos tornamos agentes multiplicadores das benesses da instituição, levando caridade a nós e a outros que busquem um pouco do bem que a Casa Espírita proporciona.
3-Vida de Isolamento. Voto de Silêncio
Algumas crenças cultuam o voto de isolamento como expressão de sacrifício pessoal, contudo este tipo de vida só faz fomentar o egoísmo, excluindo estas pessoas de tarefas em prol dos desvalidos e de outros necessitados.
O mesmo se dá com o voto do silêncio, a pretexto de coibir o uso da palavra para modos pouco meritórios e, em outra matiz, não impedindo que a pessoa nutra pensamentos desarmoniosos e ruins.
A linguagem e a comunicação são grandes ferramentas da humanidade. Mesmo que uma pessoa não tenha uma graduação especial ou um talento diferenciado, sua palavra pode ser um lenitivo a muitos irmãos que padecem solitários em asilos, leitos de hospitais, cárceres e orfanatos. Há inúmeras pessoas necessitadas do diálogo fraterno, uma forma de caridade pouco lembrada em nossos dias.
4-Laços de Família
Os seres humanos vivem a vida moral, pautada em valores, relações de afeto e simpatia, por isso diferem da vida animal, ligada somente às relações materiais e à proliferação das espécies.
5-Parentesco e Filiação
A reencarnação propicia o fortalecimento dos laços familiares, ampliando as dimensões de afeto e fortalecendo a família espiritual, muitas vezes recomposta no orbe terrestre.
Os Espíritos devem trabalhar para o progresso recíproco. Na família vemos esta missão de forma muito clara, ajustando-se os pais na posição de provedores materiais e, além disso, de primeiros educadores dos Espíritos que acolhem como filhos.
Seres menos adiantados moralmente também podem se beneficiar da bagagem existencial de seus familiares, através da oportunidade de aprendizado no convívio com os entes mais próximos.
A família muitas vezes reúne Espíritos simpáticos, antigos companheiros de outras jornadas. O mesmo pode suceder com os povos, pois os Espíritos nutrem simpatia a certas coletividades.
6-Honrar Pai e Mãe
Há diferença entre a parentela corporal e a parentela espiritual.
A condição material cria a parentela corporal, muitas vezes reunindo na família seres distintos, em diferentes graus de esclarecimento e evolução, ou sem qualquer precedente de convívio em comum nas outras vidas.
A parentela espiritual, por sua vez, reforça os vínculos afetivos de outros estágios encarnatórios e pode se fazer reconhecer dentro de núcleos familiares ou fora destes, na figura de sentimentos fraternos recíprocos que até mesmo podem superam a ausência de vínculos familiares terrestres.
O sentido de se honrar pai e mãe é exercitar-se a caridade desde o seio familiar, não relegando ao desamparo e à falta de assistência aqueles que atuaram como nossos genitores. Em sentido mais amplo, trata-se de levar esta caridade à sociedade, através de ações fraternas para amparo de nossos semelhantes nas situações de mais acentuada fragilidade, como na velhice carente.

-Bibliografia: Allan Kardec,”O Evangelho Segundo o Espiritismo”, c. 14, it. 5 a 7; Allan Kardec. "O Livro dos Espíritos”, q. 766 a 775; Richard Simonetti, “A Constituição Divina”, 12ª ed., 1995, pp. 70 a 50.