Friday, September 15, 2006

Aula 18– Encarnação dos Espíritos

Na Grécia antiga, inteligências geniais cogitaram as vidas sucessivas como a explicação mais lógica para a diversidade de situações na Terra.”(Richard Simonetti)

Dizei-me, eu vo-lo suplico, ó Deus, misericordioso para comigo, que sou miserável, dizei se a minha infância sucedeu a outra idade já morta, ou se tal idade foi a que levei no seio de minha mãe? Pois alguma coisa me revelaram desta vida, e eu mesmo vi mulheres grávidas. E antes desse tempo, quem era eu, minha doçura, meu Deus? Existi, porventura, em qualquer parte, ou era acaso alguém?”

(Santo Agostinho. “Confissões”)







1-Seres Inorgânicos.

Seres inorgânicos são os que não têm vitalidade, nem movimentos próprios, formados pela agregação de matéria. É o caso dos minerais.



2-Seres Orgânicos.

Seres orgânicos são os que possuem vitalidade e estrutura de órgãos capaz de cumprir o ciclo de nascimento, crescimento, reprodução e morte. Exemplos: amebas, vegetais, animais, a raça humana.


3-Princípio Vital.

Princípio Vital, força motriz dos corpos orgânicos, é um atributo da matéria e surge a partir do Fluido Cósmico Universal (FCU). Do princípio vital, temos como expressão o Fluido Vital, que anima os corpos dos seres orgânicos. Quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos são destruídos ou profundamente lesados, o fluido vital não é capaz de manter a vitalidade do ser e este sucumbe, morrendo.

O Princípio Vital é o mesmo para todos os seres, modificando-se segundo as características de cada espécie ou forma de vida.



4-A Causa da Morte. O Esgotamento do Fluido Vital.

A causa da morte nos seres orgânicos decorre do esgotamento dos órgãos ou de alguma causa que afete a harmonia do conjunto.

A matéria orgânica é toda ela impregnada de fluido vital, que no decorrer da vida vai se esgotando aos poucos. Após a morte do ser, quantidade remascente de fluido vital é restituída ao universo, passando a compor outros seres.

A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres, variando conforme a espécie e inclusive entre os diferentes indivíduos de uma mesma espécie.

O fluido vital pode ser transmitido de um ser para outro.


5-Encarnação e seu Objetivo.

Uma encarnação é como um dia de trabalho. E para que as experiências se façam acompanhar de resultados positivos e proveitosos na vida, faz-se indispensável que os dias de observação e esforço se sucedam uns aos outros.” (Francisco Cândido Xavier, médium, Emmanuel, Espírito. “O Consolador”, q. 228)

Todos os Espíritos são criados simples e ignorantes, recebendo oportunidades de alcançar a perfeição. A vida em circunstânscias menos infelizes e mesmo nos mundos felizes é fruto do merecimento que cada um acumula na alternância das encarnações.

Assim, as muitas encarnações representam dádivas de Deus para que os Espíritos evoluam e cheguem à perfeição. A oportunidade encarnatória traz consigo experiências diversas, que para alguns é uma expiação, para outros, uma missão.



6. Expiação.

A expiação, de que fala a Doutrina Espírita, não é senão a purgação purificadora do mal que 'infeccionou' o Espírito. Este, através dela, restaura a própria 'saúde' e se liberta das impurezas que o afligem e lhe retardam a felicidade.” (Hernani T. Sant'Anna, médium, Áureo, Espírito. “Universo e Vida”, Rio de Janeiro, FEB, 1994, p. 80)

Expiação é toda dificuldade, problema, doenças provenientes de atos errados que fizemos em uma vida passada, refletindo assim a lei de ação e reação.


7. Provas.

Provas ou provações são situações que passamos e que têm a finalidade de exercitar a nossa inteligência, paciência e a nossa resignação. Não têm, necessariamente, relação com atos que fizemos em outras encarnações, mas sim, são frutos de atitudes que tomamos ou deixamos de tomar, inclusive na encarnação atual. As provas podem transcorrer por repetidas encarnações, até que se atinja sua devida superação.


8. Missão.

A encarnação como missão tem por objetivo a regeneração da humanidade, pautando-se pelo trabalho altruísta, missionário e intenso para o progresso dos Espíritos.


9. Alma.

Alma é o Espírito encarnado. O Espírito para interagir com o corpo físico necessita de um corpo fluídico, semi-material, o perispírito. Laços fluídicos unem o Espírito a seu perispírito e este último ao corpo físico. A morte é o fim da vitalidade do corpo material, esgotamento de seu Fluido Vital, acarretando o desligamento dos laços fluídicos entre o corpo físico e o perispírito.


10. Alma do Mundo.

Alma do mundo é o princípio universal da vida e da inteligência, de onde nascem as individualidades. Em outras palavras, “alma do mundo” ou “alma do Universo” é a coletividade dos Espíritos.


-Bibliografia: Allan Kardec. "O Livro dos Espíritos”, q. 60 a 70; e q. 132 a 146; Allan Kardec. "A Gênese”, c. 11, it. 17 a 34; Hernani de Guimarães Andrade. Você e a Reencarnação”, CEAC Editora, Bauru, SP, 1ª edição, 2002; Richard Simonetti, “Reencarnação – tudo o que você precisa saber”, 2ª ed., 2001, pp. 19 a 21.