Friday, September 15, 2006

Aula 20 – Planejamento da Reencarnação 1

1-A Lei de Causa e Efeito (Lei da Ação e Reação)

A Terceira Lei de Newton ou Lei da Ação e Reação afirma: Se um corpo A aplicar uma força sobre um corpo B, receberá deste uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto à força que A aplicou em B. Na Doutrina Espírita, por sua vez, há a Lei de Causa e Efeito, em analogia ao postulado de Isaac Newton, cuja aplicação se verifica nos reflexos de nossas atitudes em cada estágio encarnatório.

“Por meio da pluralidade das existências, ele (o Espiritismo) ensina que os males e aflições da vida são muitas vezes expiações do passado, bem como que sofremos na vida presente as conseqüências das faltas que cometemos em existência anterior e, assim, até que tenhamos pago a dívida de nossas imperfeições, pois que as existências são solidárias umas com as outras.”(Kardec. “A Gênese”, c. 15, it. 15)

Lei de ação e reação, em virtude da qual são ditosos (os habitantes do Além) ou desgraçados, na proporção do bem ou do mal que hajam feito.”(Paul Bodier. “A Granja do Silêncio”, Apêndice, p. 198)

2-O Espírito e Seu Discernimento

A liberdade de escolha, na pauta das Leis Divinas, é clara e incontestável nos processos da consciência.

Ainda mesmo em regime de prisão absoluta, do ponto de vista físico, o homem, no pensamento, é livre para eleger o bem ou o mal para as rotas do Espírito.

O discernimento deve ser, assim, usado por nós outros à feição de leme que a razão não pode esquecer à matroca, de vez que se a vida física está cercada de correntes eletrônicas por todos os lados, a vida espiritual, da mesma sorte, jaz imersa em largo oceano de correntes mentais e, dentro delas, é imprescindível saibamos procurar a companhia dos espíritos nobres, capazes de auxiliar a nossa sustentação no bem, para que o bem, como aplicação das Leis de Deus, nos eleve à vida superior.” (F.C. Xavier e W. Vieira, médiuns, André Luiz, Espírito. “Mecanismos da Mediunidade”, c. 12, p. 95)

3-Escolha das Provas na Encarnação

Todas as provas encarnatórias visam a melhoria moral individual ou coletiva.

Em princípio, não há prova impossível, podendo ocorrer, entre as circunstâncias de cada encarnação, fatores que dificultem ou retardem a conclusão de certos compromissos, bem como o fato de o Espírito assumir muito mais encargos do que efetivamente possa cumprir em uma só etapa encarnatória, ou escolher prova além de suas próprias forças e sucumbir.

4-Responsabilidade na Escolha de Provas

Todos os Espíritos são criados simples e ignorantes. Deus, em sua infinita bondade, não impõe provas eternas e nem desampara a quem quer que seja. Na escolha das provas isto não é diferente, e o Espírito recebe responsabilidade e liberdade de escolha gradativas à medida que evolui.

Muitas vezes se extravia, ao tomar o mau caminho, por não ouvir os conselhos dos bons Espíritos. É isso que podemos chamar “a queda do homem”.

O Espírito escolhe as provas que podem servir-lhe como expiação, segundo a natureza de suas faltas, e fazê-lo progredir mais rapidamente.

Durante a vida encarnada, tem-se uma maneira de pensar e compreender o mundo e a existência. Quando na erraticidade, o Espírito adota outros valores e geralmente traça objetivos mais afinados com a proposta evolutiva e menos alinhados aos regozijos materiais.

Quando é revoltado e refratário às propostas de evolução, entretanto, o Espírito reencarna compulsoriamente em meio ao ambiente e às provas que lhe serão mais oportunas, mesmo contra sua vontade.

5-Extinção das Provas

As provas necessárias ao progresso do Espírito costumam repetir-se por mais de uma encarnação, como instrumento de consolidação de seu aprendizado moral.

Quando o Espírito realiza completamente esta aprendizagem, supera este ponto de provação e dele se liberta. O Espírito terá sempre provas até alcançar a perfeição.

Entre os Espíritos menos evoluídos as provas tem caracteres essencialmente materiais, e em estágios mais adiantados, pautam-se por deveres que ajudam-no a se aperfeiçoar, não lhe sendo igualmente penosos, mas contribuindo para sua evolução e a ajuda dos outros.

6-Esquecimento do Passado

Ao encarnar, o Espírito perde a lembrança de seu passado, pois, segundo a sabedoria de Deus, o homem não pode e não deve saber tudo.

O aproveitamento das experiências terrenas carece deste esquecimento, porque convivemos muitas vezes com os algozes do passado, com os que nos infligiram sofrimentos e injustiças, e nosso dever, no convívio diário na esfera terrena, é construir os valores morais, o perdão e a tolerância necessários a nosso crescimento.

Mesmo durante a erraticidade é impossível o Espírito resgatar as lembranças de todas as suas encarnações. Ao encarnar, resta-lhe somente a intuição dos pontos de maior relevância e utilidade a sua jornada terrena.

8-Sexo nos Espíritos

O Espírito pode animar tanto o corpo feminino quanto o masculino. A diretriz da escolha estará nas provas que deva cumprir.

Entendemos que entre uma encarnação e a seguinte, será mais fácil a adaptação para a vida no mesmo sexo, contudo, nada impede a alternância entre feminino e masculino ou vice-versa.

9-Terapia de Regressão a Vidas Passadas

Trata-se de um recurso artificial e contrário às leis naturais. A pessoa pode ser confrontada com situações e traumas de difícil tratamento e de grande complexidade, quadros que o “terapeuta de regressão” pode não estar apto a solucionar.


Bibliografia:Allan Kardec. "O Livro dos Espíritos”, q. 200 a 202, 258 a 273, 392 a 399; “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, c. 5, it. 11; Ricardo di Bernardi. “Reencarnação e Evolução das Espécies”.