Friday, September 15, 2006

Aula 21 – Planejamento da Reencarnação 2

1-Terra: planeta de provas e expiações

A Terra é um planeta de provas e expiações, sendo um cárcere doloroso aos Espíritos que nela encarnam. O Espírito encarnado tem sua liberdade tolhida e sua compreensão limitada, não aceitando muitas vezes os desígnios divinos por dedicar demasiada importância à vida material e suas paixões.
Na Terra vive-se momentos felizes, lampejos de felicidade em meio à névoa de provas, não existindo plena felicidade em virtude da condição do planeta e das necessidades dos Espíritos que nele vivem.

2-Tormentos voluntários

Os tormentos voluntários são aqueles produzidos pelo próprio Espírito, como reflexos de suas imperfeições, tais como a vaidade, o egoísmo, o orgulho, a inveja e o ciúme.

3-A infelicidade real

Situações vistas pelos Espíritos encarnados como quadros de infelicidade são, muitas vezes, experiências reparadoras necessárias, decorrentes de erros de vidas passadas. Tudo o que na Terra se chama infelicidade cessa com o desencarne e encontra sua compensação na vida futura.

4-A melancolia

A melancolia é uma vaga tristeza que, por vezes, assola o coração e nos faz achar a vida amarga e sem objetivo.
Por quê? Porque o Espírito aspira à felicidade e à liberdade e, sentindo-se preso ao corpo, sofre e reflete em seu físico o abatimento, a apatia, a falta de vontade e uma infelicidade sem motivos.
Como superar este quadro? Tendo a certeza de que os males terrenos são de curta duração e servirão para seu aprimoramento. É necessário coragem, resignação e perseverança, confiando nos propósitos divinos para nossa encarnação.


5-Objetivos das Provas

As provas servem para exercitar a inteligência, a paciência e a resignação. Ajudam-nos a criar resistência contra a dor, a injúria e a calúnia, males que podem ser piores que as dores corporais.

Há mérito em acentuar as provas e os sofrimentos?

Existe mérito quando o objetivo é o bem do próximo, submetendo-se até a esforços acentuados ou a riscos extremos, tratando-se, nestas condições, da caridade pelo sacrifício.

Deve-se abreviar as provas alheias?

Sim. Se é certo que as provas são desígnios de Deus, também é certo que não sabemos qual a extensão destes desígnios. Assim, devemos empregar todos os meios que tivermos para mitigar as dores do próximo. Por amor e devotamento devemos ajudar sempre que possível.

É correto poupar um agonizante de maiores sofrimentos, abreviando-lhe o fim?

Não. Não sabemos quais são os desígnios divinos e mesmo em seus últimos instantes o Espírito pode arrepender-se de seus erros.

6-Reencarnação Expiatória

A expiação, de que fala a Doutrina Espírita, não é senão a purgação retificadora do mal que infeccionou o Espírito. Este, através dela, restaura a própria saúde e se liberta das impurezas que o afligem e lhe retardam a felicidade.” (Hernani T. Sant´Anna, médium, Áureo, Espírito. “Universo e Vida”, FEB, Rio, 4ªed., 1994)

7-Dor

A dor é o aguilhão que o impele (o Espírito) para a frente, na senda do progresso.” (Allan Kardec. “A Gênese”, c. 3, it. 5, p. 71)

A dor é instrumento de resgate, aperfeiçoamento e advertência.” (Hermínio C. Miranda. “Reencarnação e Imortalidade”, FEB, Rio, 4ªed., 1991)

Dor-Auxílio - “Pela intercessão de amigos devotados à nossa felicidade e à nossa vitória, recebemos a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade, seja, mais freqüentemente, para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos por surpresas arrasadoras, na transição da morte. O enfarte, a trombose, a hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas, para o ingresso respeitável na Vida Espiritual.” (Francisco Cândido Xavier, médium, André Luiz, Espírito. “Ação e Reação”, FEB, Rio, 16ª ed., 1994, c. 19)

Dor-Expiação - “A dor-expiação, que vem de dentro para fora, marcando a criatura no caminho dos séculos, detendo-a em complicados labirintos de aflição, para regenerá-la, perante a Justiça.” (Xavier, op. cit.)

Dor-Evolução - “A dor-evolução, que atua de fora para dentro, aprimorando o ser, sem a qual não existiria progresso.” (Xavier, op. cit.)

Dor-Coletiva - “A dor coletiva é o remédio que nos corrige as falhas mútuas.” (Xavier, op. cit.)

Bibliografia:Allan Kardec.“O Céu e o Inferno”, 2ª Parte, c. 2; “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, c. 5, it. 22 a 31; Francisco Cândido Xavier, médium, André Luiz, Espírito. “Ação e Reação”, FEB, Rio, 16ª ed., 1994, c. 19; Martins Peralva, “O Pensamento de Emmanuel”, FEB, Rio, 6ª ed., 1999, c. 6.