Friday, September 15, 2006

Aula 24 – Planejamento da Reencarnação 3

1-A família - origem

Desde os incipientes acasalamentos dos primatas, jungidos uns aos outros, sob a atração instintiva do sexo, a família tem sido o ponto fundamental na coordenação do destino do indivíduo e da sociedade. Tem resistido ao tempo, às mudanças, à sucessão de eras e civilizações. É a mais antiga e estável instituição da História.” (Jaci Regis. “Amor, Casamento e Família”, Santos, Licespe, 12ª ed., 1994, c. 2, pp.23-24)

A hostilidade do meio em que vivia levou o homem primitivo a procurar, desde o seu aparecimento, a companhia dos seus semelhantes. A vida em grupo facilitou a obtenção de abrigo e alimentação e deu início ao processo de socialização do homem, primeiramente representado pela família, depois pelo clã (reunião de diversas famílias consangüíneas ou de mesma descendência), pela tribo (reunião de diversos clãs) e pela nação (conjunto de diversas tribos).

Supõe-se que o tipo mais primitivo de família tenha sido a família matriarcal, aquele na qual só se conhece a linhagem maternal. A matrona, mãe e dirigente, era a autoridade máxima do grupo. A paternidade era comumente desconhecida, pois a mente primitiva ainda não conseguia aprender o papel masculino na reprodução. A família patriarcal surgiu depois. Nela, a autoridade máxima era o poder do pater familias ou patriarca e dela faziam parte não só os filhos mas também os filhos que os filhos gerassem. Os hebreus e os romanos dos tempos bíblicos tinham famílias patriarcais. A família consangüínea atual é muito recente na história da humanidade. A família brasileira, formada pelo casamento monogâmico (um esposo para uma esposa e reciprocamente), reúne indivíduos vinculados pelo sangue.


2-A família e suas funções

-Sexual - organização e satisfação da vida sexual;

-Reprodutiva - perpetuação da espécie;

-Socialização – referências para a vida social;

-Afetividade – círculo de amor, companheirismo e apreço;

-Status – étnico, cultural, econômico, de classe social;

-Proteção – econômica, física e psicológica;

-Econômica - unidade de trabalho, poupança e consumo;

-Consciência Religiosa – primeiros valores religiosos e referências éticas e morais. (Paul B. HORTON, e Chester L. HUNT. “Sociologia”. São Paulo, McGraw-Hill,1980)


3-Família e Reprodução

Uma das funções da família é a reprodução. Os filhos representam a realização do ciclo da Natureza através da perpetuação de uma descendência, são os futuros integrantes da força de trabalho e os responsáveis pelo amparo dos pais. Através da reprodução ocorre a oportunidade de se encarnar.


4-Obstáculos à reprodução

Há culturas que coíbem a reprodução, censurando a geração de dois ou mais filhos. Países desenvolvidos ou com explosão populacional banalizaram métodos abortivos e esterilizações em massa. Barrar o ciclo reprodutivo natural por interesses sensuais e materialistas é uma violação das leis divinas.


5-Anticoncepcionais

Hipócrates (460-377 a.C.) já sabia que a semente da cenoura selvagem era capaz de prevenir a gravidez. Aristóteles mencionou o uso da Mentha Pulegium como anticoncepcional, no ano 421 a.C. Anticoncepcionais feitos de plantas naturais parecem ter sido tão difundidos na região do Mediterrâneo, que no século 2 a.C., Políbio escreveu que as “famílias gregas estavam limitando-se a ter apenas um ou dois filhos.” No Antigo Egito usava-se um ancestral da camisinha, produzido com tecido embebido em óleo. Na Roma Antiga empregava-se tripas de animais com esta mesma finalidade. Em 1564, o anatomista e cirurgião Gabrielle Fallopio confeccionou um forro de linho do tamanho do pênis e embebido em ervas. No século 17, o Dr. Quondam criou um protetor feito com tripa de animais para o rei Carlos II da Inglaterra (1630-1685). Em 1839, Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização da borracha, fazendo-a flexível a temperatura ambiente. Nesta época, os preservativos de borracha eram grossos e caros e por isto lavados e reutilizados diversas vezes. Os preservativos de látex surgiram em 1880, apresentando, desde então, mais segurança e conforto. A pílula anticoncepcional surgiu em 1960, produzida por Gregory Pincus. Há outros métodos contraceptivos como diafragma, implantes e endoceptivos.

O controle da natalidade é válido, na programação da vida do casal e da família. Trata-se de um ato de vontade, como outro qualquer, com suas repercussões específicas conscientemente assumidas.

Um filho deve ser concebido, física e psicologicamente, como um ato deliberado, desejado, amado, para que a maternidade e a paternidade alcancem plena satisfação e realização.

O planejamento familiar, na visão espírita, não significa restringir. Não tem um sentido negativo, que leve a posições egoísticas, a uma alienação dos compromissos espirituais assumidos. Mas uma correta compreensão de todos os fatores que correspondem ao elenco de responsabilidades perante si mesmo e para com os outros.”(Regis, op. cit., p.67)

A Doutrina Espírita não condena os métodos anticoncepcionais, antes respeita o livre-arbítrio, as reflexões e as decisões de cada um.


6-Adoção

A adoção permite repararmos erros do passado, abrindo uma porta que tenha sido fechada, por exemplo, pelo aborto.

Adotar um pequenino é uma opção de amor aos que decidem reparar mágoas pregressas ou simplesmente abrem seu coração para nutrir e educar mais um ser, visando dar-lhe uma vida digna.


Bibliografia:Allan Kardec. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, c. 5, it. 22 a 31; “O Livro dos Espíritos”, q. 693, 694; Francisco C. Xavier. “Vida e Sexo”, Rio de Janeiro, FEB, 1996, 16ª ed., c.5; Métodos Contraceptivos, http://www.schering.com.br/website/saude_historiaanticoncepcao.asp; “Como e quando surgiu a camisinha?”, http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI131974-EI1426,00.html