Wednesday, October 04, 2006

Aula 29 – Infância e Adolescência

1-Adolescência, Puberdade e “Adultescência”

A adolescência é o período que se estende desde a puberdade – 12-13 anos, até atingir o estado adulto pleno – 22-25 anos. É variável entre os pesquisadores da personalidade juvenil, em virtude das diferenças na idade emocional e mental nos adolescentes.
Período de existência que se caracteriza por transformações acentuadas de comportamento, acompanhando as mutações físicas, apresenta muitas vezes, dificuldades de relacionamento com os pais e problemas complexos no caráter e no sentimento, desafiando orientadores e psicólogos.” (Walter Barcelos)
Puberdade: é a fase em que predominam as modificações orgânicas, a maturação hormonal, ocorrida durante os 8-9 anos até 12-13 anos.
Na
adolescência, o predomínio está para as modificações das características psíquicas, sendo um período de grandes oscilações:

BIO: aperfeiçoar e enriquecer;
PSICO: desenvolvimento emocional;
SOCIAL: enriquecimento do ter;
ESPIRITUAL: desenvolvimento do ser.

Adultescência”: O adultescente é uma pessoa imbuída de cultura jovem, mas com idade suficiente para não o ser. Geralmente entre os 35 e 45 anos ou idade não declarada, eles não conseguem aceitar o fato de estarem deixando de ser jovens. (Viviane Piagentini: “Adultescência - comportamento adolescente na fase adulta”, Revista QG, setembro/2006)

2-Fases da Adolescência
Segudo a Dra. Amélia Vasconcelos, podemos dividir a adolescência em três fases:
a)adolescência I: 12-13 anos: criança começa a ficar malcriada; rebeldia; contestação; agressividade; endogamia - os pais como referência de amor; angústia: perder a identidade;
b
)adolescência II: 14-15 anos, ápice: rebeldia; busca de auto-afirmação; crise de identidade (crise de valores); separação da família – discriminar-se, pertencer ao “grupo”; ápice da onipotência – euforia, exuberância; mais competitivo; mutação – roupas, aparência; exibicionismo; exogamia – busca companhia amorosa sem ser seletivo; retratação e afastamento dos pais;
c)
adolescência III: 17-18 anos: aceitação de limite – elabora melhor a onipotência; senso de realidade – pensar e agir; escolha da profissão – capacidade de realizar algo; aspectos mais depressivos – crises de consciência; exogamia – companhia amorosa mais seletiva.


4-Maturidade
A maturidade é a fase da vida em que a pessoa toma posse de si mesmo e passa a agir com responsabilidade:
-pensar sobre a realidade;
-refletir sobre a realidade;
-agir diante desta reflexão;
-assumir a própria identidade;
-desligar-se da identidade dos pais.


5-Diálogo Familiar
A família reúne pessoas com diversidade de formações e histórias. Há famílias espirituais (com laços que vão além da brevidade material) e famílias corporais (cujos vínculos coincidem com a efemeridade da matéria).
Do ponto de vista espiritual, a oportunidade do reencontro familiar pode ser a reprodução de laços de afinidade de muitas encarnações.
Em todo núcleo familiar é importante fortalecermos os afetos, por exemplo, através do diálogo familiar construtivo.
Os filhos devem aprender a respeitar limites e a ter responsabilidades cada vez mais abrangentes. Fica mais claro entender limites ao se compreender as conseqüências de atitudes e decisões. Nesta comunicação é necessário dizer o que se sente, sem fantasiar as situações.

Em “Inteligência Emocional”, Daniel Goleman recomenda aos pais:
-Aceite que a adolescência é a época em que os filhos se separam dos pais;
-Mostre respeito pelo seu adolescente;
-Proporcione uma comunidade a seu filho;

-Estimule seu filho a decidir sozinho e continue a ser seu preparador emocional.


6-Universo Afetivo
Toda emoção tem um papel a nos ensinar: alegria (nos otimizar); tristeza (nos introspectar); raiva (gerar autonomia); medo (conduzir à prudência); preocupação (planejamento).
O adolescente é um ser que “adora” e “sente”, sujeito a transformações intensas e mais sensível às emoções que em qualquer outra etapa normal do desenvolvimento humano. Na família, deve-se criar o ambiente afetivo propício ao amor, à auto-estima e ao aprendizado das emoções.


7-Ingratidão dos Filhos
A família nos oferece oportunidades de praticar a caridade. Não se trata somente de preocupação com a manutenção material do lar, mas também de aspectos como a prática da tolerância, do perdão, do esquecimento de injúrias e desinteligências. É indispensável o esforço para vencer o egoísmo e o orgulho.

8-Moral estranha
Jesus, em Matheus 19:29, cita a necessidade de seus seguidores de abandonarem seus pais para alcançar o reino de Deus. Não se trata de “odiar” ou ter repulsa aos genitores, mas da necessidade do amor desprendido no meio familiar, sabendo-se da justiça das reencarnações e da eternidade dos laços da família espiritual.

Bibliografia:Allan Kardec.“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, c. 4, it. 18 a 23, c.14, it. 8 e 9, c. 23; “O Livro dos Espíritos”, q. 203 a 217; AME Brasil, “Saúde e Espiritismo”, São Paulo, 1998, pp. 395 a 410; Walter Barcelos. “Sexo e Evolução”, FEB, Rio, 1995, c.12, pp.141-142.