Wednesday, March 21, 2007

Aula 06 - Lei de Adoração / Pedi e Obtereis

1-Adorar

Adoração vem do latim adorationis, genitivo de adoratio, ato de adorar, adoração. A formação desta palavra remonta ao latim oris, boca e à preposição ad, junto, em direção a. O gesto significa, pois, levar algo à boca. Em seus primórdios, o ato de adoração consistia em levar a mão à boca e, com o braço estendido, jogar um beijo à divindade. Além deste gesto, havia ainda a prosternação (deitar-se no chão em reverência) e a genuflexão (ajoelhar-se), mas os cristãos cultivaram mais este último.” (Silva, pp.15-16)

A adoração é resultado de um sentimento inato do homem, presente em todas as épocas e entre todos os povos.

2-Politeísmo

Politeísmo é o culto a vários deuses, comum entre povos da Antigüidade. O faraó Akenaton (séc. 14 a.C.), Moisés (séc. 12 a.C.), Zoroastro (Pérsia, séc. 7 a.C.) e Buda (Índia, séc. 6 a.C.) foram pessoas que renovaram o pensamento religioso de suas épocas ensinando que há um só Deus (o monoteísmo).

3-Sacrifícios

Sacrifício é tema recorrente nas teologias universais. Muitos povos esfolavam ou matavam vacas, touros, carneiros e até seres humanos, acreditando estar agradando à divindade. O sentido do sacrifício é oferecer o seu melhor a Deus. “Mas o 'melhor' só é produzido pelo que o homem tem de 'melhor', isto é, pelo seu cuidado e devotamento.” (Jung, 1991, p. 52)

Na Doutrina Espírita o “sacrifício” é o nosso esforço em busca da reforma íntima, para superarmos o orgulho e o egoísmo, males que muito afetam a humanidade. Oferendas agradáveis a Deus são nossa prece sincera e nossas ações sinceras no caminho do bem.

4-Finalidade da adoração

A finalidade da adoração é aproximarmos nosso pensamento de Deus. Espiritismo é uma doutrina sem ritos e sem sacramentos, assim a prece é o modo de adoração. Através da prece sincera formamos condições para nossa melhoria moral.

5-Adoração Exterior

A adoração verdadeira é a que vem do coração. Em todas as ações, lembre-se que Deus tem sobre nós o seu olhar. A adoração exterior só tem validade se exercida para dar bom exemplo.

6-Vida contemplativa

A vida contemplativa não é útil aos propósitos de Deus, nem à humanidade, e nem à melhoria pessoal. Devemos nos dedicar a ações que promovam o bem a nós e a outros, sem nos excluirmos do mundo. Não fazer o bem já é um mal.

7-A prece

No Espiritismo entendemos a prece como um modo de transmissão de nosso pensamento. Quando fazemos nossas preces, criamos uma corrente de comunicação, levando nossa vontade a Espíritos que dela simpatizam, estejam eles na Terra ou no espaço, tanto encarnados quanto desencarnados. Ao orarmos pedindo pela saúde ou agradecendo a Deus, alcançamos o concurso dos bons Espíritos, que trabalham para o bem e pelas boas obras.

Nosso pensamento adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas nossas próprias faltas. A prece nos torna melhores, pois nos fortalece contra as tentações, sobretudo dos maus pensamentos. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer. Podemos pedir por nós e também por outras pessoas.

8-Podemos orar pedindo afastamento das provas?

Sim, para nos fortalecer e nos inspirar ao bem e também para suscitar o pensamento necessário para vencermos os obstáculos.

9-Jesus ensinou-nos a orar.

Orai com discrição, sem procurar evidência;

Não é preciso orar longamente, com muitas palavras, mas com sinceridade;

Antes de orar, purifica o teu coração, assim se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, exercitando deste modo a caridade. Quanto à reparação das falhas, as boas ações valem mais que as palavras;

Ao orar, tenha humildade, não exalte suas qualidades para apontar os defeitos dos outros.

Pai nosso dos Céus, santo é Teu nome.

Venha o Teu reino, Tua vontade se fará na terra como também nos Céus.

Dá-nos hoje nossa parte de pão.

Perdoa as nossas culpas, quando perdoarmos as culpas dos nossos devedores.

Não nos deixes entregues à provação.

Porque assim nos resgatas do mal.”

Amém. Cf. Mateus 6:9-13 (“Pai Nosso”, tradução original do hebraico por Severino Celestino da Silva)

Quando quase todos pedem pelos infelizes, nós nos atrevemos a suplicar pelos infelicitadores; quando os corações suplicam em favor dos caídos, dos delinqüentes, dos que se agridem, nós nos propomos a interferir em benefício dos que fomentam as quedas, os delitos e a violência.” Bezerra de Menezes

-Compreensão do tema:

01)Deve-se orar só em momentos de desespero? Por quê?

02)Você percebe a eficácia da prece para sua vida?

-Leitura indicada: Richard Simonetti. “A Constituição Divina”.


-Bibliografia: Allan Kardec. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. 10, itens 7 e 8; cap. 27; Allan Kardec. “O Livro dos Espíritos”, q. 649 a 673; Bíblia Sagrada. Lucas 18:9-14; Mateus 6:5-8; Marcos 11:25-26; 11:24; C.G.Jung. “O símbolo da transformação na missa”, 3ª ed, Vozes, Petrópolis, 1991; Deonísio da Silva. “De onde vêm as palavras”, 6ª ed., ed. Mandarim, São Paulo, 1997.