Wednesday, May 09, 2007

Aula 12 - Lei de Igualdade

1-Igualdade natural
Todas as pessoas são iguais perante Deus, pois todos nascem simples e ignorantes, percorrem, ao longo de várias encarnações os diferentes degraus da escala evolutiva, apresentam as mesmas necessidades e fragilidades, estando, assim, sujeitos às mesmas dores.
Ninguém recebe de Deus superioridade natural a nenhum indivíduo, nem pelo nascimento, nem pela morte.
A distinção e os preconceitos por sexo, raça, casta, título ou quaisquer outros aspectos materiais conflitam com os preceitos da igualdade natural.

2-Desigualdade das aptidões
Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, com igual potencial evolutivo, sempre vivendo pautados pelo livre-arbítrio. Ocorre que cada um, consoante seu ritmo de aprendizado, inclinações e sensibilidade, obtem diferentes graus de elevação moral e intelectual. Os diversos níveis de aperfeiçoamento do Espírito lhe garantem as mais distintas aptidões, todas elas necessárias ao êxito de cada existência. Cabe a cada um saber empregar as aptidões que carrega para beneficiar ao seu progresso pessoal e ao da coletividade.

3-Desigualdades Sociais
A desigualdade das condições sociais no orbe terrestre é fruto das ações humanas.
O progresso dos seres que habitam a Terra fará desaparecer a desigualdade à medida que os esforços individuais e coletivos vençam o orgulho e o egoísmo.

4-Desigualdades das Riquezas
Muitas pessoas detêm riquezas originadas no trabalho honesto e justo, porém, há os que vivem uma situação de prosperidade material derivada de espoliação, injustiça ou crime.
A justiça humana pode não reparar alguns equívocos, contudo os desígnios divinos darão condições para a devida reparação de eventuais abusos e desacertos.
A igualdade das riquezas não é possível ao atual momento dos seres terrestres, pois são diversos os aspectos que impedem esta eqüidade, como fatores ambientais, geográficos, históricos, culturais, além das provas necessárias a certos indivíduos e coletividades.
Por outro lado, o bem-estar poderá ser desfrutado por todos, à medida que cada criatura saiba usar suas aptidões e empregar seu tempo para o aprimoramento moral de si e dos outros, orientando-se para tarefas edificantes.

5-Provas da riqueza e da miséria
A miséria e a riqueza são condições necessárias às provas terrenas. Tanto uma quanto outra situações são perigosas, pois na miséria muitos se atém aos queixumes contra a Providência; na riqueza, pode-se sucumbir ao egoísmo e aos excessos. A posse da fortuna em geral dá a possibilidade de se reparar injustiças.

6-Igualdades de direito homem e mulher
A Doutrina Espírita inovou conceitos por afirmar, em pleno ano de 1857, a igualdade entre homens e mulheres.
O conceito de inferioridade da mulher decorre do domínio cruel e injusto adotado em diversas sociedades.
A fragilidade física não é fator para desmerecer os entes femininos, pois tal situação deve servir para destinar-lhe trabalhos adequados a sua estrutura. A força física deve, assim, prestar-se à proteção dos seres fisicamente mais fracos e não à sua escravização.
A legislação terrena para ser um pouco mais perfeita e justa deve consagrar igualdade de direitos entre homem e mulher.
Os sexos existem apenas na organização física, pois os Espíritos podem tomar uma ou outra forma, não havendo diferenças entre eles a esse respeito. Conseqüentemente, devem desfrutar dos mesmos direitos.

7-Igualdade perante o túmulo
Os monumentos fúnebres e funerais pomposos apenas registram o orgulho humano. Pompa e riqueza nas homenagens funerárias ou nos túmulos não lavam a torpeza de quem quer que seja.
Muitos procuram exaltar sua posição social e riqueza através do luxo no túmulo de seus parentes, porém o que prevalece para a espiritualidade são as boas obras realizadas em vida e o progresso moral do Espírito.


LEITURA COMPLEMENTAR

O homem é a mais elevada das criaturas.
A mulher é o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono;
Para a mulher um altar.
O trono exalta; o altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher o coração, o amor.
A luz fecunda; o amor ressuscita.
O homem é o gênio; a mulher o anjo.
O gênio é imensurável; o anjo indefinível.
A aspiração do homem é a suprema glória;
A aspiração da mulher, a virtude extrema.
A glória traduz grandeza; a virtude traduz divindade.
O homem tem a supremacia; a mulher a preferência.
A supremacia representa força
A preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão; a mulher invencível pelas lágrimas.
A razão convence; a lágrima comove.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher de todos os martírios.
O heroísmo enobrece; os martírios sublimam.
O homem é o código; a mulher o evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é o templo; a mulher, um sacrário.
Ante o templo, nos descobrimos;
Ante o sacrário ajoelhamo-nos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter cérebro;
Sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher um lago.
O oceano tem a pérola que embeleza;
O lago tem a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa; a mulher o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço; cantar é conquistar a alma.
O homem tem um fanal: a consciência;
A mulher tem uma estrela: a esperança.
O fanal guia, a esperança salva.
Enfim ...
O homem está colocado onde termina a terra;
A mulher onde começa o céu ...


-Victor Hugo

-Bibliografia: Allan Kardec. "O Livro dos Espíritos”, q. 803 a 892; Richard Simonetti, “A Constituição Divina”, 12ª ed., 1995, pp. 70 a 50.