Wednesday, June 27, 2007

Aula 17– Fluidos

1-Os Fluidos (fluidos, não fluídos!)

O Éter – Na antiga Grécia, Éter era a luminosidade pura próxima da abóbada celeste, o céu mais distante. Aristóteles (384-322 a.C.) dizia que acima de tudo ficaria o éter; logo baixo, o fogo; depois a água e, por último, a terra. Renè Descartes (1596-1650) acreditava que o Universo é totalmente preenchido por um "éter" onipresente, que afeta o movimento dos astros e seria o meio que a luz percorre no espaço. Léon Denis afirma que a matéria, quando se rarefaz, fica invisível, imponderável, toma aspectos cada vez mais sutis, os quais chamamos fluidos.
Definição Geral de Fluidos: “Chamamos fluidos aos estados da matéria em que ela é mais rarefeita do que no estado conhecido sobre o nome de gás.” (Gabriel Delanne. “O Espiritismo perante a ciência”, Rio de Janeiro, FEB,1993, 2 ª ed., p.281)

2-Fluido Cósmico Universal (FCU)

“A substância etérea, mais ou menos rarefeita, que se difunde pelos espaços interplanetários; esse fluido cósmico que enche o mundo, mais ou menos rarefeito, nas regiões imensas, opulentas de aglomerações de estrelas; mais ou menos condensado onde o céu astral ainda não brilha; mais ou menos modificado por diversas combinações, de acordo com as localidades da extensão, nada mais é do que a substância primitiva onde residem as forças universais, donde a natureza há tirado todas as coisas.” (Kardec. “A Gênese”, c.6, it.17, p.116”).
Note-se que para a ciência contemporânea, apenas 10% da matéria do Universo é conhecida.
“O Fluido Cósmico Universal é, como já foi demonstrado, a matéria elementar primitiva, cujas modificações constituem a inumerável variedade dos corpos da natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio, é o de transformação do fluído em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados.” (Kardec. “A Gênese”, c.14, it. 2)
“O fluido cósmico que liga a criação ao criador, é fonte inexaurível, sempre ao alcance de todas as criaturas. É nele que a nossa mente espiritual busca e encontra a quintessência energética de que se sustenta, e é a partir dele que elabora a matéria mental que expede através do pensamento, sob a forma do fluído mentomagnético.” (Hernani T. Sant'Anna, Áureo.“Universo e Vida”, FEB, 1994, p.102)

3-Fluido Espiritual

“Não é rigorosamente exata a qualificação de fluidos espirituais, pois que, em definitiva, eles são sempre matéria mais ou menos quintessenciada. De realmente espiritual só a alma ou princípio inteligente. Dá-se-lhes essa denominação por comparação apenas e, sobretudo, pela afinidade que lhes guardam com os Espíritos.
Pode dizer-se que são a matéria do mundo espiritual, razão por que são chamados fluidos espirituais.” (Kardec. “A Gênese”, c. 14, it. 5)


4-Fluido Vital ou Princípio Vital

“Fluido elétrico, magnético ou vital são modificações do fluido universal (FCU), que não é propriamente falando, senão a matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente.” (Michaelus. “Magnetismo Espiritual”, 6ª. ed., FEB, 1991, c. 2, p. 20)
Trata-se de elemento básico da vida material. Apenas o Espírito encarnado, alma, apresenta fluido vital. Cada pessoa recebe fluido vital compatível com o tempo previsto para duração de sua encarnação.

5-Fluido Perispiritual

Fluido perispiritual ou perispirítico é o traço de união entre o Espírito e a matéria. (Kardec. “A Gênese”, c. 11, it. 17) Trata-se, também, do agente de todos os fenômenos espíritas, que só se pode produzir pela ação recíproca dos fluidos que emitem o médium e o Espírito. (Kardec. “Obras Póstumas”, Parte 1, “Manifestações dos Espíritos”, p. 57)

6-Qualidades dos Fluidos

-AÇÃO DO PENSAMENTO: “Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre aqueles como o som atua sobre o ar; eles nos trazem o pensamento como o ar nos traz o som.” (Kardec. “Obras Póstumas”, P. 1, p. 115)
-COR: Varia conforme o estado evolutivo do Espírito, emoções, saúde física, psíquica ou moral.
-DENSIDADE: Podem apresentar desde a alta densidade da matéria mais bruta e sólida até a sutileza dos elementos etéreos e puros dos mundos perfeitos e felizes.
-VIBRAÇÃO: Varia de acordo com o tipo de mundo e as características do Espírito. Cada qualidade de mundo apresenta faixa vibratória que lhe é própria e dentro deste intervalo de vibrações habitam Espíritos que mantêm semelhante sintonia.
-PLASTICIDADE: Manipulação dos fluidos, que os Espíritos fazem por pensamento e vontade.
-DOAÇÃO: Os fluidos podem ser transferidos de um ser para outro, como sucede em certos processos de cura e na terapia de passes.
ATMOSFERA FLUÍDICA - “Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável” - (Kardec, “A Gênese”, c. 14, it. 16).
Vimos que o pensamento exerce uma poderosa influência nos fluidos espirituais, modificando suas características básicas. Os pensamentos bons impõem-lhes luminosidade e vibrações elevadas que causam conforto e sensação de bem estar às pessoas sob sua influência. Os pensamentos maus provocam alterações vibratórias contrárias às citadas acima. Os fluidos ficam escuros e sua ação provoca mal estar físico e psíquico.
Pode-se concluir assim, que em torno de uma pessoa, de uma família, de uma cidade, de uma nação ou planeta, existe uma atmosfera espiritual fluídica, que varia vibratoriamente, segundo a natureza moral dos Espíritos envolvidos.
À atmosfera fluídica associam-se seres desencarnados com tendências morais e vibratórias semelhantes. Por esta razão, os Espíritos superiores recomendam que nossa conduta, nas relações com a vida, seja a mais elevada possível. (Portal do Espírito, www.espirito.org.br /Projeto Reler)

Bibliografia: Allan Kardec. “A Gênese”, c. 6, 11 e 14; Francisco Cândido Xavier, médium, André Luiz, Espírito. “Evolução em Dois Mundos”, Rio de Janeiro, ed. FEB, c. 13; João Berbel. “O Livro dos Fluidos”, São Paulo, Ed. DPL, 2001; Michaelus. “Magnetismo Espiritual”, 6ª. ed., FEB, 1991.