Wednesday, May 23, 2007

Aula 14 – Lei de Justiça, de Amor e de Caridade

1-Justiça e Direitos Naturais.

O sentimento de justiça está presente em todos os seres, desde aqueles que apresentam as inteligências mais simples e primitivas até nos elementos das sociedades mais desenvolvidas, com maior grau de esclarecimento e conhecimento moral.
A vida segundo a justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais. Trata-se da prática diária da Lei de Ouro da Moral: “Faça ao outro o que gostaria que este te fizesse.”
Os direitos naturais se originam do amor de Deus e se apresentam igualmente em toda a divina criação, constituindo-se de preceitos eternos e imutáveis. Da lei natural decorrem as leis morais, normas não ditadas pela humanidade, porém imprescindíveis para sua evolução. As leis morais não têm um tribunal na concepção e forma materiais, mas outra qualidade de instituto julgador: a consciência do próprio Espírito, que avalia suas atitudes mais cedo ou mais tarde.
A vida em sociedade possui normas, direitos e obrigações recíprocas.
No orbe terrestre adota-se as leis humanas, regulamentos que expressam desejos pessoais, costumes, peculiaridades, imperfeições, tribunais humanos, direitos e leis mutáveis.
As leis humanas perecem juntamente com as instituições terrenas.
Tanto na lei natural quanto nas leis terrenas necessário se faz respeitar os direitos dos semelhantes.
O verdadeiro justo é aquele que pratica a justiça em toda a sua pureza.

2-Direito de propriedade. Roubo.

O primeiro de todos os direitos naturais do homem é o direito de viver, assim ninguém pode atentar contra a própria vida nem contra a de seu semelhante, nem mesmo cometer ações que lhe possam compromter a existência corporal.
O acúmulo de bens através do trabalho honesto está em harmonia com as leis morais. O direito à propriedade que resulta deste labor é um direito natural, tão sagrado quando o direito ao trabalho e à vida.
A expropriação de coisas alheias sem devido mérito pelo trabalho fere as leis morais e não se justifica, pois mesmo em situação de privação material o homem pode estar atravessando prova árdua, mas necessária a seu aprendizado encarnatório.
Por outro lado, o desejo insaciável de possuir bens, sem utilidade para ninguém ou para alimentar suas paixões é violação das leis morais.
As leis humanas são imperfeitas, assim a situação que parece perfeita hoje, pode ser vista como uma barbárie no futuro. Temos o exemplo da escravidão, instituto em voga na Antigüidade e que se tornou ilegal em todo o mundo.

3-Caridade e Amor ao Próximo.

A caridade em seu verdadeiro sentido é a benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.
É viver o ensinamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como irmãos.”

4-Amar os inimigos.

Amar o inimigo quer dizer exercitar o pedão e a tolerância de maneira a respondermos o mal com o bem. Exercer a vingança como à maneira da Lei de Talião (“Olho por olho, dente por dente”) é colocar-se abaixo daqueles por que se tem inimizade.

5-Esmola.

Pedir esmola constitui degradação física e moral que embrutece o homem. A sociedade deve prover meios de sustento aos mais fracos, sem que haja humilhação, assegurando-se a existência das pessoas incapacitadas para o trabalho.
Por outro lado, a Doutrina Espírita não reprova a esmola, mas o modo como ela habitualmente é dada. O homem de bem deve ofertar sua ajuda sem esperar qualquer coisa em troca. Certo provérbio oriental ensina que “se você der um peixe a um homem faminto, saciará sua fome por um dia; se você ensiná-lo a pescar, ele se alimentará pelo resto da vida.”

6-Amor materno e filial.

O amor materno é um sentimento instintivo e uma virtude, comum aos homens e aos animais. Entre os animais, restringe-se à necessidades materiais dos filhotes. No homem, comporta devotamento e abnegação, persistindo pela vida inteira e no além-túmulo.

7-Desafeição entre pais e filhos.

A desafeição entre mãe e filho pode ser uma prova escolhida pelos Espíritos em decorrência de vidas pregressas. No passado, uma mãe ou pai mau, ou ainda, o filho rebelde e refratário ao bem, todos terão oportunidades de aprendizado. Os Espíritos serão recompensados pelo seu triunfo e abnegação pela vida que seguirem nas relações familiares exercitando o amor e a caridade.
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-Bibliografia: Allan Kardec. "O Livro dos Espíritos”, q. 873 a 892; Richard Simonetti, “A Constituição Divina”, 12ª ed., 1995, pp. 109 a 126.