Wednesday, May 30, 2007

Sir William Crookes, Katie King e os fenômenos físicos


1-As Experiências de Sir William Crookes (de 1870 a 1874)

O professor William Crookes (Londres, 17/6/1832-Londres, 4/4/1919) era físico e químico inglês, foi o descobridor do elemento químico Túlio e dos raios catódicos, estudos inúmeros casos de mediunidade e documentou numerosos casos de efeitos físicos.
William Crookes iniciou as primeiras pesquisas no Espiritismo, que foram publicadas na integra em 1874, causando grande tumulto o que ameaçou de expulsão da Sociedade Real o cientista, que passou a ser mais cauteloso em suas opiniões quando exprimidas publicamente.

Entre 1870 e 1873, investigou fenômenos mediúnicos relacionados a médiuns como Kate Fox, Daniel Douglas Home e Florence Cook.

Realizou experiências com materializações com a médium Miss Florence Cook, à época com 15 anos de idade.

Em 1874 Crookes tirou 44 fotos de um espírito materializado, que se chamava Katie King. Durante estas experiências, Crookes comprovou que a luz incidente sobre o médium de efeitos físicos, quando em transe, lhe é prejudicial (com raríssimas exceções) e que o médium também sofre severo desgaste de energias.

Em certa ocasião, o investigador registrou os batimentos cardíacos de Katie e da médium. Katie apresentou 75 pulsações por minuto, quando a médium, examinada em seguida, exibia 90 batidas, valor que lhe era habitual. Os pulmões de Katie se mostravam muito mais sadios do que os da moça que, à época, estava fazendo tratamento médico de uma forte bronquite.

Foram feitos experimentos com o efeito da luz sobre o ectoplasma e o espírito materializado começou a desfazer-se gradativamente.
Pesquisas no campo da transfiguração demonstraram que o ectoplasma, sendo insuficiente para construir a figura completa, é usado para revestir o médium de modo que este possa formar a fisionomia desejada.
Ficou comprovado também que o peso de objetos pode ser alterado para mais ou para menos conforme a vontade do espírito. Instrumentos musicais foram tocados sem contato das mãos.


2-O Espírito Katie King

Ecotoplasmia: É a formação de diversos objetos, que muitas vezes parecem sair do corpo humano, tomando a aparência de um corpo ou coisa com realidade material (vestuário, véus, corpos vivos), podendo até ser tangível.

As ectoplasmias de Katie King estão entre as pesquisas mais importantes e conhecidas de Crookes. Envolveram a médium Florence Cook (1856-1904) e renderam uma série de fotografias obtidas numa sessão realizada em 1874.

Na época em que entrou em contato com William Crookes, a médium já era conhecida por materializar o espírito de Katie King, pseudônimo adotado pelo espírito de Annie Owen Morgan, e que era o espírito-guia de Florence.

A jovem procurou Crookes e pediu que ele investigasse sua mediunidade após um incidente ocorrido durante uma sessão de materialização. Ela se encontrava dentro de uma cabine, amarrada, e com um lacre impresso com o sinete do anel do conde de Caithness, um dos que acompanharam a sessão. Quando Katie King surgiu, um dos presentes, W. Volckman, desconfiou de fraude e avançou contra Katie, agarrando uma de suas mãos e prendendo-a pela cintura. Volckman disse que Katie se libertou com violência, enquanto um advogado que também acompanhava o evento disse que ela escapuliu sem deixar qualquer traço de sua existência corporal, inclusive dos véus brancos que a envolviam. Depois de se restabelecer a calma no aposento, abriram a cabine e encontraram Florence do mesmo jeito em que estava antes, inclusive com o lacre nas amarras que a envolviam. Diz-se que, como resultado desse incidente, a jovem adoeceu.

As primeiras experiências apresentaram uma ectoplasmia em que Katie King se assemelhava um pouco à própria Florence Cook.

Posteriormente, as sessões foram organizadas no laboratório de Crookes, e foi nesse local que ocorreram as melhores ectoplasmias; as fotografias obtidas mostravam, ao mesmo tempo, a materialização e a médium. Na narração de Crookes: “[...1 Voltando ao meu posto de observação, Katie apareceu de novo e disse que pensava poder mostrar-se a mim ao mesmo tempo que a sua médium. Abaixou-se o gás e ela pediu-me a lâmpada fluorescente. Depois de ter se mostrado à claridade durante alguns segundos, restitui-me, dizendo: ‘Agora entre e venha ver a minha médium’. Acompanhei-a de perto à minha biblioteca e, à claridade da lâmpada, vi a srta. Cook estendida no canapé, exatamente como eu a tinha deixado; olhei em tomo de mim para ver Katie, porém ela havia desaparecido...”

Em outra ocasião, ele também teve oportunidade de ver a materialização e a médium ao mesmo tempo, e teve permissão para abraçar Katie King. Ao escrever sobre esse momento no The Spiritualist, Crookes disse que “[...] O sr. Volckman ficará satisfeito ao saber que posso corroborar a sua asserção de que o 'fantasma' (que, afinal, não fez nenhuma resistência) era um ser tão material quanto a própria srta. Cook”.

Nenhum ataque que Crookes sofreu ao longo de sua vida resultou em qualquer alteração em seus pontos de vista, uma vez que ele estava certo de ter realizado as experiências com a abordagem e os controles científicos corretos. Em 1898, ele escreveu que, apesar de terem se passado trinta anos desde que realizou e publicou os resultados de suas primeiras experiências, ele não tinha nada de que se retratar, e nada que alterar.

Fontes: IPPB, http://www.ippb.org.br e Espiritismo é Cristão, http://www.sitepalace.com/espiritismoehcristao/Materiali.html


3-Katie King e a luz

Perguntaram um dia a Katie King (Espírito que se materializava através da médium Srta. Cook) por que não podia mostrar-se sob uma luz mais forte. (Ela só permitia aceso um bico de gás e esse mesmo com a chama muito baixa). A pergunta pareceu irritá-la, enormemente. Respondeu assim: “Já vos tenho declarado muitas vezes que não me é possível suportar a claridade de uma luz intensa. Não sei por que me é isso impossível; entretanto, se duvidais de minhas palavras, acendei todas as luzes e vereis o que acontecerá. Previno-vos, porém, de que se me submeterdes a essa prova, não mais poderei reaparecer diante de vós. Escolhei”.

As pessoas presentes se consultaram entre si e decidiram tentar a experiência, a fim de verem o que sucederia. Queríamos tirar definitivamente a limpo a questão de saber se uma iluminação mais forte embaraçaria o fenômeno de materialização. Katie teve aviso da nossa decisão e consentiu na experiência. Soubemos mais tarde que lhe havíamos causado grande sofrimento.

O Espírito Katie se colocou de pé junto à parede e abriu os braços em cruz, aguardando a sua dissolução. Acenderam-se os três bicos de gás. (A sala media cerca de dezesseis pés quadrados).

Foi extraordinário o efeito produzido sobre Katie King, que apenas por um instante resistiu à claridade. Vimo-la em seguida fundir-se, como uma boneca de cera junto de ardentes chamas. Primeiro, apagaram-se-lhe os traços fisionômicos, que não mais se distinguiam.

Os olhos enterraram-se nas órbitas, o nariz desapareceu, a testa como entrou pela cabeça.

Depois, todos os membros cederam e o corpo inteiro se achatou, qual um edifício que desmorona. Nada mais restava do que a cabeça sobre o tapete e, por fim, um pouco de pano branco, que também desapareceu, como se o houvessem puxado subitamente. Conservamo-nos alguns momentos com os olhos fitos no lugar onde Katie deixara de ser vista.
Terminou assim aquela memorável sessão.

Gabriel Delanne in "A Alma é Imortal"

Fonte: Portal do Espírito: www.espirito.org.br