2. ano Aula-03: Lei do Progresso / Perfeição Moral
1-Lei Natural
A Lei Natural regula toda a condição humana e a humanidade se melhora à medida que amplia suas perspectivas de compreensão e aperfeiçoa-se no exercício dessa lei.
“A Lei Natural é o conjunto de coisas a fazer ou a não fazer, que daí derivam de modo necessário (...). A Lei Natural trata dos direitos e dos deveres que estão ligados de modo necessário ao primeiro princípio: ´Faze o bem e evita o mal´ (...) Só quando o Evangelho tiver penetrado as próprias profundezas da substância humana é que a Lei Natural aparecerá em sua flor e em sua perfeição.” (Lobo, 1992, p. 184)
Assim, cada ser é portador das sementes divinas do progresso moral. Leibniz (Gottfried Wilhelm Leibniz, 1646-1716) quando descreve a mônada afirma que os seres orgânicos são máquinas divinas. Em cada pequena parte desses seres, há uma peça dessas máquinas, que são do querer divino. É a maneira pela qual se realiza o finalismo superior.
2-Estado Natural
Estado natural é o estado primitivo, infância da Humanidade, o ponto de partida de seu desenvolvimento intelectual e moral.
3-Marcha do Progresso
Todos os Espíritos através da marcha do progresso atingirão a perfeição. Alguns seguem um ritmo lento, outros, mais célere. Há os que se desenvolvem mais intelectualmente, deixando o amadurecimento moral para segundo plano, porém, nenhum ser ou povo é capaz de frear a evolução pessoal ou coletiva.
Na marcha do progresso, ninguém retrocede, apesar de muitos tentarem resistir ao caminho para a perfeição, em meio a obstáculos criados por si próprios.
4-Povos Degenerados
Muitos povos poderosos e influentes vivem à margem da moralidade. Com o tempo, estes povos sofrem perdas em poder, em população, território etc. Sofrem os reflexos por sua condição moral, recebendo outras oportunidades de melhoria, em condições de vida mais rígidas.
5-Civilização
A civilização constitui um progresso parcial da humanidade. Quando a Humanidade estiver moralmente preparada, extinguirá os vícios, experimentará um mundo partilhado entre irmãos e a civilização estará pronta para fazer todo o bem possível.
6-Progresso da Legislação Humana
A legislação humana reflete o pensamento de sua sociedade. Na Antigüidade aplicava-se a escravidão por dívidas, mutilações e pena de morte por quaisquer motivos. Notamos evolução moral dos povos refletidas em seus sistemas legais. Atualmente há regulamentos para preservação de espécies animais, florestas, qualidade de vida etc. E o Direito evoluiu. Houve períodos na História em que se buscava liberdade, participação política e preservação do patrimônio, hoje, porém, há a preocupação com a dignidade da pessoa humana, descrita no artigo 6º da Constituição Federal (Dos Direitos Sociais).
7-Influência do Espiritismo sobre o Progresso
Deus respeita o livre-arbítrio e a capacidade de compreensão dos povos. Por este motivo, o progresso da Humanidade é lento e gradual, para que possa assimilar os valores morais através de sua razão, tornando-os despertos em suas consciências e consolidando ações harmonizadas com a espiritualidade maior.
8-Virtudes e Imperfeições
A virtude mais meritória é a que se fundamenta na caridade mais desinteressada.
As imperfeições que mais retardam a evolução do Espírito são o egoísmo, o interesse pessoal, o apego às coisas materiais e os vícios.
9-Paixões
Paixão (latim passione, sentimento ou emoção levado a extremo, além da razão) está no excesso provocado pela vontade.O princípio das paixões não é um mal em si, contudo, quando a Humanidade a elas se subjuga, devido a suas más tendências, incorre nos abusos e no mal.
10-O Homem de Bem
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Está imbuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem espera de recompensas e sacrifica o seu interesse pela justiça. “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. Enquanto um se contenta com o seu horizonte limitado, outro, que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele e sempre o consegue, se tem firme a vontade.” (Kardec, ESE, c. 17, it.4)
11-Conhecimento de Si Mesmo
Como conhecer a si mesmo? Em cada atitude consulte seu íntimo para averiguar se não está violando a lei de justiça, se, de algum modo, não está lesando seu irmão. Ao fim de cada dia, interrogue sua consciência, reflita sobre o que fez em seu dia, questione-se se não deixou de cumprir algum dever; se ninguém teria motivo para se queixar de ti. Descubra em que aspectos pode se melhorar. Quando estiver indeciso sobre o valor de uma ação sua, pergunte-se como seria qualificada se praticada por outra pessoa; se fosse censurada no outro, não poderia ser mais digna em ti. (Santo Agostinho)
-Bibliografia: Allan Kardec. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. 10, itens 7 e 8; cap. 17, it. 4; e cap. 27; Allan Kardec, “O Céu e o Inferno”, cap. 8, it. 12; Allan Kardec. “O Livro dos Espíritos”,q. 776 a 802 e 893 a 919a; Ney Lobo. “Estudos de Filosofia Social Espírita”, Rio de Janeiro, FEB, 1992, 6ª ed.