Wednesday, February 22, 2006

2. ano Aula-03: Lei do Progresso / Perfeição Moral

1-Lei Natural

A Lei Natural regula toda a condição humana e a humanidade se melhora à medida que amplia suas perspectivas de compreensão e aperfeiçoa-se no exercício dessa lei.

A Lei Natural é o conjunto de coisas a fazer ou a não fazer, que daí derivam de modo necessário (...). A Lei Natural trata dos direitos e dos deveres que estão ligados de modo necessário ao primeiro princípio: ´Faze o bem e evita o mal´ (...) Só quando o Evangelho tiver penetrado as próprias profundezas da substância humana é que a Lei Natural aparecerá em sua flor e em sua perfeição.” (Lobo, 1992, p. 184)

Assim, cada ser é portador das sementes divinas do progresso moral. Leibniz (Gottfried Wilhelm Leibniz, 1646-1716) quando descreve a mônada afirma que os seres orgânicos são máquinas divinas. Em cada pequena parte desses seres, há uma peça dessas máquinas, que são do querer divino. É a maneira pela qual se realiza o finalismo superior.


2-Estado Natural

Estado natural é o estado primitivo, infância da Humanidade, o ponto de partida de seu desenvolvimento intelectual e moral.


3-Marcha do Progresso

Todos os Espíritos através da marcha do progresso atingirão a perfeição. Alguns seguem um ritmo lento, outros, mais célere. Há os que se desenvolvem mais intelectualmente, deixando o amadurecimento moral para segundo plano, porém, nenhum ser ou povo é capaz de frear a evolução pessoal ou coletiva.

Na marcha do progresso, ninguém retrocede, apesar de muitos tentarem resistir ao caminho para a perfeição, em meio a obstáculos criados por si próprios.


4-Povos Degenerados

Muitos povos poderosos e influentes vivem à margem da moralidade. Com o tempo, estes povos sofrem perdas em poder, em população, território etc. Sofrem os reflexos por sua condição moral, recebendo outras oportunidades de melhoria, em condições de vida mais rígidas.


5-Civilização

A civilização constitui um progresso parcial da humanidade. Quando a Humanidade estiver moralmente preparada, extinguirá os vícios, experimentará um mundo partilhado entre irmãos e a civilização estará pronta para fazer todo o bem possível.


6-Progresso da Legislação Humana

A legislação humana reflete o pensamento de sua sociedade. Na Antigüidade aplicava-se a escravidão por dívidas, mutilações e pena de morte por quaisquer motivos. Notamos evolução moral dos povos refletidas em seus sistemas legais. Atualmente há regulamentos para preservação de espécies animais, florestas, qualidade de vida etc. E o Direito evoluiu. Houve períodos na História em que se buscava liberdade, participação política e preservação do patrimônio, hoje, porém, há a preocupação com a dignidade da pessoa humana, descrita no artigo 6º da Constituição Federal (Dos Direitos Sociais).

7-Influência do Espiritismo sobre o Progresso

Deus respeita o livre-arbítrio e a capacidade de compreensão dos povos. Por este motivo, o progresso da Humanidade é lento e gradual, para que possa assimilar os valores morais através de sua razão, tornando-os despertos em suas consciências e consolidando ações harmonizadas com a espiritualidade maior.


8-Virtudes e Imperfeições

A virtude mais meritória é a que se fundamenta na caridade mais desinteressada.

As imperfeições que mais retardam a evolução do Espírito são o egoísmo, o interesse pessoal, o apego às coisas materiais e os vícios.


9-Paixões

Paixão (latim passione, sentimento ou emoção levado a extremo, além da razão) está no excesso provocado pela vontade.O princípio das paixões não é um mal em si, contudo, quando a Humanidade a elas se subjuga, devido a suas más tendências, incorre nos abusos e no mal.


10-O Homem de Bem

O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Está imbuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem espera de recompensas e sacrifica o seu interesse pela justiça. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. Enquanto um se contenta com o seu horizonte limitado, outro, que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele e sempre o consegue, se tem firme a vontade.” (Kardec, ESE, c. 17, it.4)


11-Conhecimento de Si Mesmo

Como conhecer a si mesmo? Em cada atitude consulte seu íntimo para averiguar se não está violando a lei de justiça, se, de algum modo, não está lesando seu irmão. Ao fim de cada dia, interrogue sua consciência, reflita sobre o que fez em seu dia, questione-se se não deixou de cumprir algum dever; se ninguém teria motivo para se queixar de ti. Descubra em que aspectos pode se melhorar. Quando estiver indeciso sobre o valor de uma ação sua, pergunte-se como seria qualificada se praticada por outra pessoa; se fosse censurada no outro, não poderia ser mais digna em ti. (Santo Agostinho)


-Bibliografia: Allan Kardec. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. 10, itens 7 e 8; cap. 17, it. 4; e cap. 27; Allan Kardec, “O Céu e o Inferno”, cap. 8, it. 12; Allan Kardec. “O Livro dos Espíritos”,q. 776 a 802 e 893 a 919a; Ney Lobo. “Estudos de Filosofia Social Espírita”, Rio de Janeiro, FEB, 1992, 6ª ed.

Friday, February 17, 2006

Kierkegaard e o desespero

O desespero é uma vantagem ou um defeito? Uma coisa e outra em dialética pura. Se lhes captamos tão-somente a idéia abstrata, sem pensar num caso determinado, deveríamos considerá-lo como enorme vantagem. Ser passível deste mal nos coloca acima do animal, progresso que nos distingue bem mais que o caminhar vertical, sinal da nossa verticalidade infinitiva ou do sublime da nossa espiritualidade. A superioridade do homem sobre o animal reside pois em ser passível de desespero, a do cristão sobre o homem natural, em sê-lo com consciência, assim como sua beatitude reside no estar curado dele.

Assim, é uma infinita vantagem poder desesperar, e, contudo, o desespero não somente é a pior das misérias, como a nossa perdição. Habitualmente a relação do possível com o real apresenta-se diversamente, porque, se é uma vantagem, por exemplo, poder-se ser o que se deseja, maior ainda é sê-lo, o que significa que a passagem do possível ao real é um progresso, uma ascensão. Pelo contrário, com o desespero, se cai do virtual ao real, e a margem infinita do virtual sobre o real dá aqui a medida da queda. Não estar desesperado é pois elevar-se. Mas nossa definição é ainda equívoca. A negação, aqui, não é a mesma que a de não ser coxo, não ser cego, etc. Porque, se não desesperar equivale à ausência absoluta de desespero. Não estar desesperado deve significar a destruição da aptidão a estar desesperado: para que um homem não o esteja verdadeiramente, é preciso que a cada instante aniquile em si a sua possibilidade. Habitualmente, é outra a relação do virtual destruído; sem plena exatidão contudo, pois é o virtual cumprido, o virtual agindo. Aqui, pelo contrário, o real (não estar desesperado) uma negação por conseguinte, é o virtual impotente e destruído, ordinariamente, o real confirma o possível, aqui o nega.


O desespero é a discordância interna de uma síntese cuja relação se relaciona consigo mesma. Mas a síntese não é a discordância, ela não é mais que a sua possibilidade, ou ainda ela a implica. Senão, não haveria sombra de desespero, e desesperar não seria mais do que um traço humano, inerente à nossa natureza, isto é, não haveria o desespero. O desespero está, portanto, em nós; mas se não fôssemos uma síntese, não poderíamos desesperar, tampouco o poderíamos se esta síntese não tivesse recebido de Deus, ao nascer, a sua firmeza.


Donde procede então o desespero? Da relação em que a síntese se relaciona consigo mesma, pois Deus, fazendo do homem esta relação, como que o deixa escapar da sua mão, o que significa, por conseguinte, caber à relação o conduzir-se a si mesma. Esta relação é o espírito, o eu, e nela jaz a responsabilidade da qual depende sempre todo desespero, desde que existe; da qual ele depende, a despeito dos discursos e do engenho dos desesperados em enganarem-se ou enganar os demais, tomando-o como um infortúnio - como no caso da vertigem que o desespero, ainda que diferente em natureza, evoca em mais de um aspecto, estando a vertigem para a alma como o desespero para o espírito e abundando em analogias com ele.
Depois, quando a discordância, o desespero, aparece, seguir-se-á, só por isso, que persiste? De modo algum; a duração da discordância não procede da discordância, mas da relação que se relaciona consigo mesma. Em outras palavras, cada vez que uma discordância se manifesta, e enquanto ela dura, é necessário remontar à relação. Diz-se por exemplo, que alguém contrai uma doença por imprudência. A seguir declara-se o mal, e desde esse momento, é uma realidade, cuja origem está cada vez mais no passado. Seria cruel e monstruoso censurar continuamente o doente por estar em vias de contrair a doença, com o fim de dissolver a cada instante a realidade do mal na sua possibilidade. Bem! Contraiu-a por sua culpa, mas só uma vez foi por sua culpa. A persistência do mal não é senão a simples consequência da única vez que a contraiu, à qual não se pode, a todo instante, remontar o seu agravamento; ele a contraiu, mas não pode dizer que ainda a contrai.


As coisas se passam diversamente no desespero. Cada um dos seus instantes reais é remontável à sua possibilidade; a cada momento em que se desespera; se contrai o desespero; o presente sempre se desvanece em passado real; a cada instante real do desespero o desesperado carregada todo o possível passado como presente. Isto provém de ser o desespero uma categoria do espírito, e concerne, no homem, à sua eternidade. Mas não podemos estar quites com esta eternidade para toda eternidade; nem, sobretudo, rejeitá-la de uma vez, a cada instante em que estamos sem ela, é porque já a rejeitamos ou a estamos rejeitando - mas ela volta, isto é, em cada instante em que desesperamos contraímos o desespero. Porque o desespero não é uma conseqüência da discordância, mas da relação orientada sobre si mesma.


Soren Kierkegaard, pensador cristão, dinamarquês, nasceu em 1813 e morreu em 1885. É considerado o fundador do existencialismo. Educado muito rigidamente, revoltou-se mais tarde, entregando-se a uma vida de dissipação. Voltou ao estudos e à religião, vivendo uma vida solitária. Não obstante sua religiosidade, enfrentou publicamente a Igreja Luterana. No leito de morte recusou os sacramentos do pastor: "Pastores são funcionários reais e funcionários reais nada têm a ver com o cristianismo". Escreveu "Temor e Tremor", "Diário de Um Sedutor", "Conceito de Angústia", "Tratado do Desespero", entre outros. Deste último (publicado pela Ed. Coordenada, Brasília) foi extraído o texto acima.


(Folha de S. Paulo, Sábado, 22/10/1977)

Thursday, February 16, 2006

O EVANGELHO NO LAR

Disse Jesus: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles.” (Mateus 18:20)

REUNIÃO DO EVANGELHO NO LAR: É oportunidade de comunhão de idéias e sentimentos entre os familiares e Jesus.

FINALIDADES:

-Conquista de harmonia na família;

-Maior compreensão entre os familiares;

-Higienização do ambiente espiritual;

-Atração da presença dos bons espíritos.


PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES:

-Marcar dia da semana e hora para sua realização;

-Convidar todos os componentes da família para participar, respeitando os que não o quiserem;

-Ambiente calmo (desligar TV, rádio, aparelho de som; tirar o telefone do gancho);

-Ambiente simples (desaconselha-se o uso de toalhas brancas, flores, velas, defumadores etc.).


DESENVOLVIMENTO:

1-PRECE INICIAL: Deve ser simples, breve, objetiva, feita de coração.

2-LEITURA: Ler pequeno trecho do Evangelho ou obra de estudo deste.

3-COMENTÁRIOS: Comentar o trecho lido. Lembre-se que comentar não é discutir, mas expor o pensamento.

4-VIBRAÇÕES: Recolhimento interior e emissão de pensamentos elevados. Vibra-se em favor dos que sofrem e para harmonização dos lares desajustados. Vibra-se também para o próprio lar.

5-PRECE E ENCERRAMENTO: As mesmas recomendações da prece inicial.


DURAÇÃO: No máximo 30 minutos.


ATENÇÃO:

-O Estudo do Evangelho no Lar não é reunião mediúnica, para isto existe a Casa Espírita;

-Não imponha a participação no estudo do Evangelho aos entes domésticos que não o queiram, imite Jesus respeitando o outro e lhe dando liberdade;

-Quando houver visitas na hora do Evangelho, convide-as gentilmente a participar;

-Quando a família passar por problemas mais sérios, pode-se efetuar estudos do Evangelho mais vezes durante a semana, até diariamente. Como a prece sincera, o Evangelho é meio de harmonização do lar.

Wednesday, February 15, 2006

2.ano-Aula 02: Lei de Adoração / Pedi e Obtereis

Lei de Adoração / Pedi e Obtereis

1-Adorar

Adoração vem do latim adorationis, genitivo de adoratio, ato de adorar, adoração. A formação desta palavra remonta ao latim oris, boca e à preposição ad, junto, em direção a. O gesto significa, pois, levar algo à boca. Em seus primórdios, o ato de adoração consistia em levar a mão à boca e, com o braço estendido, jogar um beijo à divindade. Além deste gesto, havia ainda a prosternação (deitar-se no chão em reverência) e a genuflexão (ajoelhar-se), mas os cristãos cultivaram mais este último.” (Silva, pp.15-16)

A adoração é resultado de um sentimento inato do homem, presente em todas as épocas e entre todos os povos.

2-Politeísmo

Politeísmo é o culto a vários deuses, comum entre povos da Antigüidade. O faraó Akenaton (séc. 14 a.C.), Moisés (séc. 12 a.C.), Zoroastro (Pérsia, séc. 7 a.C.) e Buda (Índia, séc. 6 a.C.) foram pessoas que renovaram o pensamento religioso de suas épocas ensinando que há um só Deus (o monoteísmo).

3-Sacrifícios

Sacrifício é tema recorrente nas teologias universais. Muitos povos esfolavam ou matavam vacas, touros, carneiros e até seres humanos, acreditando estar agradando à divindade. O sentido do sacrifício é oferecer o seu melhor a Deus. “Mas o 'melhor' só é produzido pelo que o homem tem de 'melhor', isto é, pelo seu cuidado e devotamento.” (Jung, 1991, p. 52)

Na Doutrina Espírita o “sacrifício” é o nosso esforço em busca da reforma íntima, para superarmos o orgulho e o egoísmo, males que muito afetam a humanidade. Oferendas agradáveis a Deus são nossa prece sincera e nossas ações sinceras no caminho do bem.

4-Finalidade da adoração

A finalidade da adoração é aproximarmos nosso pensamento de Deus. Espiritismo é uma doutrina sem ritos e sem sacramentos, assim a prece é o modo de adoração. Através da prece sincera formamos condições para nossa melhoria moral.

5-Adoração Exterior

A adoração verdadeira é a que vem do coração. Em todas as ações, lembre-se que Deus tem sobre nós o seu olhar. A adoração exterior só tem validade se exercida para dar bom exemplo.

6-Vida contemplativa

A vida contemplativa não é útil aos propósitos de Deus, nem à humanidade, e nem à melhoria pessoal. Devemos nos dedicar a ações que promovam o bem a nós e a outros, sem nos excluirmos do mundo. Não fazer o bem já é um mal.

7-A prece

No Espiritismo entendemos a prece como um modo de transmissão de nosso pensamento. Quando fazemos nossas preces, criamos uma corrente de comunicação, levando nossa vontade a Espíritos que dela simpatizam, estejam eles na Terra ou no espaço, tanto encarnados quanto desencarnados. Ao orarmos pedindo pela saúde ou agradecendo a Deus, alcançamos o concurso dos bons Espíritos, que trabalham para o bem e pelas boas obras.

Nosso pensamento adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas nossas próprias faltas. A prece nos torna melhores, pois nos fortalece contra as tentações, sobretudo dos maus pensamentos. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer. Podemos pedir por nós e também por outras pessoas.

8-Podemos orar pedindo afastamento das provas?

Sim, para nos fortalecer e nos inspirar ao bem e também para suscitar o pensamento necessário para vencermos os obstáculos.

9-Jesus ensinou-nos a orar.

Orai com discrição, sem procurar evidência;

Não é preciso orar longamente, com muitas palavras, mas com sinceridade;

Antes de orar, purifica o teu coração, assim se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, exercitando deste modo a caridade. Quanto à reparação das falhas, as boas ações valem mais que as palavras;

Ao orar, tenha humildade, não exalte suas qualidades para apontar os defeitos dos outros.

Pai nosso dos Céus, santo é Teu nome.

Venha o Teu reino, Tua vontade se fará na terra como também nos Céus.

Dá-nos hoje nossa parte de pão.

Perdoa as nossas culpas, quando perdoarmos as culpas dos nossos devedores.

Não nos deixes entregues à provação.

Porque assim nos resgatas do mal.”

Amém. Cf. Mateus 6:9-13 (“Pai Nosso”, tradução original do hebraico por Severino Celestino da Silva)



Quando quase todos pedem pelos infelizes, nós nos atrevemos a suplicar pelos infelicitadores; quando os corações suplicam em favor dos caídos, dos delinqüentes, dos que se agridem, nós nos propomos a interferir em benefício dos que fomentam as quedas, os delitos e a violência.” Bezerra de Menezes

-Compreensão do tema:

01)Deve-se orar só em momentos de desespero? Por quê?

02)Você percebe a eficácia da prece para sua vida?

-Leitura indicada: Richard Simonetti. “A Constituição Divina”.


-Bibliografia: Allan Kardec. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. 10, itens 7 e 8; cap. 27; Allan Kardec. “O Livro dos Espíritos”, q. 649 a 673; Bíblia Sagrada. Lucas 18:9-14; Mateus 6:5-8; Marcos 11:25-26; 11:24; C.G.Jung. “O símbolo da transformação na missa”, 3ª ed, Vozes, Petrópolis, 1991; Deonísio da Silva. “De onde vêm as palavras”, 6ª ed., ed. Mandarim, São Paulo, 1997.