Wednesday, February 28, 2007

Aulas 03/04 – Escala Espírita

Com a Supervisão Celeste, o princípio inteligente gastou, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de anos, a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos.” (Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, médiuns, André Luiz, Espírito. “Evolução em Dois Mundos”, c.10)


1-Progressão dos Espíritos

Todos os Espíritos são criados por Deus simples e ignorantes. Galgamos progresso intelectual e moral na alternância de encarnações.

A vida próxima a Deus, ou seja, em estágios de perfeição ou angelitude, será alcançada por todos.

Não há regressão neste processo, embora alguns se esforcem na tentativa inútil de adiá-lo, variando, assim, o ritmo de esclarecimento e evolução de cada um.

É certo que todos alcançarão a perfeição.



2-Classificação dos Espíritos

Os Espíritos são apresentados na Codificação em categorias diferenciadas. Trata-se de uma classificação que não é absoluta, mas objetiva facilitar nosso entendimento.

As classes são definidas segundo certas características dos Espíritos: grau de adiantamento, qualidades já adquiridas e imperfeições a vencer. Entre um grau a outro a transição é insensível e, nos limites extremos, os matizes se apagam, como nos reinos da Natureza, como nas cores do arco-íris, ou, também, como nos diferentes períodos da vida do homem.

Posteriormente, estudaremos que os mundos são organizados em conformidade com os Espíritos que os habitam, assim, há mundos mais propícios a certas categorias espirituais do que outros. Em seu progresso, o Espírito alcança mundos mais felizes à medida em que evolui.



Há três grandes categorias:

1ª-Espíritos puros: Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens. Vivem em felicidade inabalável. Têm interesse pelo bem e pelo progresso dos mundos.

CLASSE

ESPÍRITOS

Características

1ª CLASSE

PUROS

Mensageiros de Deus.

Superioridade moral e intelectual absoluta em relação aos Espíritos de outras ordens.


2ª-Espíritos bons: Predomínio dos valores do Espírito sobre as coisas materiais, desejo do bem.

Muitos dominam a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Os mais evoluídos reúnem o saber às qualidades morais.

Compreendem Deus e o infinito e já gozam da felicidade dos bons. São felizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem. O amor que os une lhes é fonte de inefável ventura, que não tem a perturbá-la nem a inveja, nem os remorsos, nem nenhuma das más paixões que constituem o tormento dos Espíritos imperfeitos.

Quando encarnados, são bondosos e benevolentes com os seus semelhantes. Não os movem o orgulho, nem o egoísmo, ou a ambição. Não experimentam ódio, rancor, inveja ou ciúme e fazem o bem pelo bem.

A esta ordem pertencem os Espíritos designados, nas crenças vulgares, pelos nomes de bons gênios, gênios protetores, Espíritos do bem, mentores.

CLASSE

ESPÍRITOS

Características

2ª CLASSE

SUPERIORES

Reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade.

3ª CLASSE

PRUDENTES

Sabedoria, moral elevada.

4ª CLASSE

SÁBIOS

Conhecimento, ciência.

5ª CLASSE

BENEVOLENTES

Bondade, proteção.


3ª-Espíritos imperfeitos: Predomínio da matéria sobre o Espírito, propensão ao mal. Têm a intuição de Deus, mas não O compreendem. Nem todos são essencialmente maus. Em alguns há mais leviandade, irreflexão e malícia do que verdadeira maldade. Uns não fazem o bem nem o mal; mas, pelo simples fato de não fazerem o bem, já denotam a sua inferioridade. Outros, ao contrário, se comprazem no mal e rejubilam quando uma ocasião se lhes depara de praticá-lo.

CLASSE

ESPÍRITOS

Características

7ª CLASSE

NEUTROS

Não dados ao bem ou ao mal

6ª CLASSE

BATEDORES E PERTURBADORES

Apego material. Perturbações. Servos de Espíritos evoluídos.

8ª CLASSE

PSEUDO-SÁBIOS

Presunçosos, teimosos.

9ª CLASSE

LEVIANOS

Ignorantes, malignos.

10ª CLASSE

IMPUROS

Inclinados ao mal.

Todos que mourejamos na Terra somos, obviamente, Espíritos.

Uma única diferença nos distingue - estamos encarnados.

Assim, a escala espírita se aplica a nós também.

Também estamos num determinado degrau da imensa escada evolutiva que nos conduzirá ao Céu.

Haverá entre nós Espíritos da Primeira Ordem, puros, perfeitos?

Houve um apenas: Jesus.”

(Richard Simonetti. “Em que Degrau Estamos?”, Revista Reformador, julho/1998)


-Bibliografia:Allan Kardec, “O Céu e o Inferno”, cap. 8, it. 12; Allan Kardec. “O Livro dos Espíritos”,q. 96 a 127; Durval Ciamponi. “Evolução do Princípio Inteligente”, FEESP; Jorge Andréa. “Impulsos Criativos da Evolução”, Societo Lorenz, Rio de Janeiro, p. 115-136; Revista Reformador, FEB, Rio de Janeiro, ano 116, Julho, 1998, nº 2.032, pp. 21-24.

Wednesday, February 14, 2007

Aula 02 – Dos Espíritos

1-Espíritos
Os Espíritos são os seres inteligentes da Criação. Povoam o Universo além do mundo material.
Os Espíritos são parte da obra de Deus, frutos de seu amor, possuidores da divina essência, capazes de se aprimorar na alternância de seus estágios materiais ou encarnações.
O aspecto dos Espíritos é luminoso, conforme nossa capacidade de compreensão terrena, variando desde os tons escuros até ao brilho do rubi, conforme o grau de pureza ou adiantamento moral alcançado.
2-Alma
Chamamos alma ao Espírito encarnado.
3-Forma dos Espíritos
Para os seres encarnados, os Espíritos não apresentam forma definida. Configuram-se como fagulha, um clarão ou uma centelha etérea.
Na Terra não dispomos de sentidos para captar a forma espiritual, sentido restrito aos seres e mundos bem mais evoluídos.
4-Ubiqüidade
A ubiqüidade é a faculdade de ser presente em toda parte. O Espírito não se divide corporalmente. O pensamento, entretanto, por ser atributo do Espírito, pode irradiar simultâneamente aos mais diferentes pontos do Universo, como se fôssemos transmissores de rádio.
5-Movimentação dos Espíritos
Os Espíritos podem se deslocar para qualquer parte do Universo na velocidade do pensamento. A matéria, na forma física terrestre, não constitui obstáculo ao Espírito.

6-Ocupações e Missões dos Espíritos
Todo Espírito tem compromisso com o seu aprimoramento intelectual e moral. Além disso, todos, independentemente do grau evolutivo, contribuem para a harmonia do Universo e a realização da vontade de Deus.
Os Espíritos encarnados ocupam diferentes mundos, recebendo missões evolutivas individuais ou coletivas, consoante seu grau de esclarecimento e potencial para tarefa no referido estágio de evolução.
Deste modo, tanto o singelo carregador de tijolos quanto o principal engenheiro são igualmente úteis e indispensáveis ao êxito da obra do Grande Arquiteto.
7-Ociosidade
Há Espíritos não-encarnados sem região determinada e circunscrita; estão por toda parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos sem cessar; é toda uma população invisível que se agita à nossa volta.
A ociosidade, entretanto, embora ocorra entre muitos seres, tem caráter temporário, pois gera sempre grande peso para o Espírito que, tão logo quanto possível, retorna às tarefas evolutivas. Pessoas que optam por uma vida egoísta, trabalhando apenas para si, mantendo-se inúteis a seus semelhantes ou imersos na preguiça, tornam-se suscetíveis ao tédio, ao desgosto pela vida e à depressão.
7-Educação do Espírito
Os conhecimentos adquiridos na experiência terrena poderão ser úteis em futuras tarefas, desde que se destinem ao bem e permitam o progresso e a elevação espiritual pessoal ou coletiva.
Vale observar que muitos feitos materiais e artísticos na concepção terrena podem ser tidos como obra de escolares se considerarmos a grandeza e a evolução dos mundos mais próximos da perfeição.
Ainda assim, a busca dos princípios do bem, do bom, do belo e da verdade só fazem melhorar ao íntimo de cada um de nós.

8-Espíritos Protetores e Familiares

Há Espíritos que se ligam a nós para acompanhar-nos durante a encarnação, e mesmo após o desencarne, visando apoiar-nos e intuir-nos boas idéias. Estamos falando do Amigo Espiritual, também chamado de Bom Espírito, Bom Gênio, mentor ou anjo da guarda. Geralmente o Amigo Espiritual possui uma condição moral superior a nós, apoiando-nos com intuições construtivas e sábios conselhos, consolando-nos nas aflições e sustentando nossa coragem nas provas da vida. Mesmo nas situações mais penosas os Amigos Espirituais expressam seu amor e dedicação à missão de acompanhar seus tutelados encarnados, até mesmo em hospitais, nos antros do vício, nos cárceres, na solidão.
9-Afeição dos Espíritos
Os Espíritos nutrem afeição pelos irmãos encarnados. Quando possuem condição moral elevada, apóiam os encarnados nos caminhos do bem e do progresso. Contudo, se o ente espiritual nutrir a inferioridade das paixões e dos vícios terrenos, seguirá os encarnados em semelhantes situações. Os bons Espíritos apóiam nossa elevação moral, enquanto os seres inferiores desejam perpetuar a ignorância na humanidade encarnada.
Leitura Complementar - “O Espírito é um ser individualizado, revestido de uma substância quintessenciada, que, apesar de imperceptível aos nossos sentidos grosseiros, é possível de, enquanto encarnado, ser afetado pelas enfermidades ou pelos traumatismos orgânicos, mas que, por outro lado, também afeta o indumento (soma ou corpo físico) de que se serve durante a existência humana, ocasionando-lhe, com suas emoções, distúrbios funcionais e até mesmo lesões graves, como o atesta a psiquiatria moderna ao fazer medicina psicossomática.”(RODOLFO CALLIGARIS, “As Leis Morais”, 2006, p.11)

-Bibliografia: Allan Kardec. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Introdução, ítens IV a VIII; Allan Kardec, "O Céu e o Inferno", cap. 8 e 9; Allan Kardec. "O Livro dos Espíritos”, q. 88 a 92a, 484 a 521, 558 a 584.