Wednesday, October 25, 2006

Aula 32 – Ação e Intervenção dos Espíritos

1-Espíritos: vibrações e sintonia
Os Espíritos ocupam faixas vibratórias de acordo com seu grau evolutivo e sua condição moral. Quanto mais apegados às paixões materiais, mais os Espíritos desencarnados recorrem à companhia de seus semelhantes encarnados, compartilhando de mesmas emoções, idéias, desejos, sensações e tendências.
A todo o instante o Espírito vibra e irradia sua energia, como uma emissora de rádio ou qual estrela no céu, variando suas emanações em ritmo, intensidade e luminescência.


2-Pensamentos
O pensamento reproduz a situação existencial do Espírito, seu quadro emocional, suas idéias, preocupações, temores, interesses etc. A força do pensamento é uma energia criadora, capaz de colaborar para a confecção de quadros externos, plasmados como objetos reconhecíveis pelos outros, com formas, cores, entre outros aspectos. Lembre-se do princípio: pensou, vibrou, plasmou.
Forma-pensamento: é a corporificação de uma idéia, alimentada pelo fluxo gerado na atitude mental de um indivíduo ou de um grupo de pessoas, fortalecendo-se pela insistência em sustentar a mesma idéia.


3-Penetração do nosso pensamento pelos Espíritos
Os Espíritos podem captar nossos pensamentos, alcançando aspectos de nosso campo mental, inclusive nossas idéias mais secretas.
Nem atos e nem pensamentos podem ser ocultados dos Espíritos.
Muitas vezes, diversos Espíritos nos observam, os levianos riem dos pequenos aborrecimentos que nos causam e zombam de nossas impaciências. Os Espíritos sérios lamentam nossos defeitos e se empenham em nos ajudar.


4-Influência oculta dos Espíritos sobre nossos pensamentos e ações
Os Espíritos podem influir em nossos pensamentos e ações, podendo muitas vezes vir a nos conduzir sem percebermos.
Em nosso campo mental há pensamentos que são nossos e outros, oriundos dos Espíritos. Pode-se perceber esta diversidade quando pensamos em algo e, em seguida, surge-nos uma idéia contraditória, causando-nos incerteza.

LE, q. 461 - Como distinguir os pensamentos próprios daqueles que são sugeridos?
Quando um pensamento é sugerido, é como uma voz falando. Os pensamentos próprios são em geral os do primeiro momento. Além de tudo, não há para vós um grande interesse nessa distinção e muitas vezes é útil não sabê-lo: o homem age mais livremente. Se decidir pelo bem, o faz voluntariamente; se tomar o mau caminho, há nisso apenas maior responsabilidade.

LE, q. 462 - Os homens de inteligência e de gênio tiram suas idéias de sua natureza íntima?
Algumas vezes as idéias vêm de seu próprio Espírito, mas freqüentemente são sugeridas por outros Espíritos que os julgam capazes de compreendê-las e dignos de transmiti-las. Quando não as encontram em si, apelam à inspiração. Fazem, assim, uma evocação sem o suspeitar.

Se nos fosse útil distinguir claramente nossos próprios pensamentos dos que nos são sugeridos, Deus nos teria dado o meio de o fazer, como nos deu o de distinguir o dia da noite. Quando uma coisa é vaga, é porque convém que assim seja.

5-Como distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito?

Preste atenção no pensamento. Os bons Espíritos apenas aconselham o bem; cabe a vós fazer a distinção. Além disso, quando a pessoa se conhece, identifica idéias que são opostas às suas ou aos seus valores.


6-A pessoa encarnada pode se libertar da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?
Sim, porque apenas se ligam àqueles que os solicitam por seus desejos ou os atraem pelos seus pensamentos.


7-Neutralizando ao influência dos maus Espíritos
LE, q 469 - Como se pode neutralizar a influência dos maus Espíritos?
Fazendo o bem e colocando toda a confiança em Deus, repelis a influência dos Espíritos inferiores e anulais o domínio que querem ter sobre vós. Evitai escutar as sugestões dos Espíritos que vos inspiram maus pensamentos, sopram a discórdia e excitam todas as más paixões. Desconfiai, especialmente, daqueles que exaltam o vosso orgulho, porque vos conquistam pela fraqueza. Eis por que Jesus nos ensinou a dizer na oração dominical: “Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal!”

8-Sentimentos sem causas aparentes: indícios espirituais
LE, q 471 - Quando experimentamos um sentimento de angústia, de ansiedade indefinível ou de satisfação interior sem causa conhecida, isso decorre unicamente de uma disposição física?

São quase sempre, de fato, comunicações que tendes inconscientemente com os Espíritos, ou que tivestes com eles durante o sono.

9-Fotografia do Pensamento
O pensamento, criando imagens fluídicas, se reflete no envoltório perispiritual como numa chapa de vidro, ou ainda como essas imagens de objetos terrestres que se refletem no vapor do ar; aí toma um corpo e se fotografa de alguma sorte. Que um homem, por exemplo, tenha a idéia de matar um outro, por impassível que seja o seu corpo material, o seu corpo fluídico é colocado em ação pelo pensamento, do qual reproduz todas as nuanças; ele executa fluidicamente o gesto, o ato que desejou realizar; o seu pensamento cria a imagem da vítima, e a cena inteira se pinta, como num quadro, tal como está em seu Espírito.

Bibliografia:Allan Kardec. “O Livro dos Espíritos”, q. 456 a 472; “O Livro dos Médiuns”, it. 55 a 58, 126 a 131; “Obras Póstumas”, 1ª p, Introdução ao estudo da fotografia do pensamento e Fotografia e telegrafia do pensamento; Eliseu Rigonati, “Mediunidade sem lágrimas”, p. 46; Francisco C. Xavier, médium, André Luiz, Espírito. “Mecanismos da Mediunidade”, Forma Pensamento, c. 4; Suely Caldas Schubert, “Obsessão e Desobsessão”, 1º p, c.1 e 2.

Wednesday, October 18, 2006

Aula 31 – Bem-Aventurados os Aflitos

Existem muitos pobres e muitos aflitos que podem ser grandes necessitados no mundo, mas que ainda não são benditos no céu.” Emmanuel

1-Conceitos Preliminares
Aflição
- do latim afflictione. 1.Agonia, atribulação, angústia, sofrimento. 2.Tristeza, mágoa, pesar, dor. 3.Cuidado, preocupação, inquietação, ansiedade. 4.Padecimento físico; tormento, tortura. (Dicionário Aurélio)
Aflição, na essência, é o reflexo intangível do mal forjado pela criatura que o experimenta.
Freqüentemente, aflição é a nossa própria ansiedade, respeitável mas inútil, projetada no futuro, mentalizando ocorrências menos felizes que, em muitos casos, não se verificam como supomos e, por vezes, nem chegam a surgir. (Equipe FEB, 1997)
Dor e Sofrimento — a simples reflexão sobre a dor e o sofrimento basta para evidenciar que eles têm uma razão de ser muito profunda. A dor é um alerta da natureza, que anuncia algum mal que está nos atingindo e que precisamos enfrentar. Se não fosse a dor sucumbiríamos a muitas doenças sem sequer nos dar conta do perigo. O sofrimento, mais profundo do que a simples dor sensível e que afeta toda a existência, também tem a sua razão de ser. É através dele que o homem se insere na vida mística e religiosa. (Idígoras, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983)


2-Justiça das aflições
Deus é soberanamente bom e justo, não age caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, As vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos.


3-Causas atuais das aflições
Muitas são as origens dos males terrestres. Entre as diferentes causas, reconhecer-se-á sua origem na própria humanidade. O caráter, a imprevidência, o orgulho e a ambição, o egoísmo e a vaidade são alguns dos motivos de aflições atuais.

Neste grupo de mazelas podemos identificar algumas característica decorrentes da má educação do Espírito e mesmo de orientação equivocada no processo de crescimento na esfera terrena.

4-Causas anteriores das aflições
Segundo o princípio todo efeito tem uma causa, podemos entender as misérias como efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. E uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus.

5-Bem sofrer e o mal sofrer
Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: "Fui o mais forte."
Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso. - Lacordaire.

6-O mal e o remédio
A Terra é um planeta de provas e expiações, habitado por seres em processo de evolução e em condições vibratórias que os situam distantes dos mundos felizes. A experiência encarnatória terrena é o teste para suportarmos nossas provas e para lutarmos de corpo e Espírito contra o mal moral e físico.

7-Motivos de resignação
As aflições do presente são a reparação das faltas do passado.
Resignação é o bem sofrer, receber as dores deste mundo sem maldizê-las, sabendo-se que as provas atuais são reparações de erros anteriores, e sua superação é a perspectiva de melhores condições existenciais no futuro.

8-Felicidade e infelicidade relativas
"A felicidade não é deste mundo." Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. Hoje a felicidade terrena é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.

9-Conclusão
As causas das aflições atuais são a expressão no presente de efeitos das nossas experiências pretéritas, refletindo a Justiça Divina através da ação da lei de retorno (causa e efeito).

Os bem-aventurados têm como qualidades:
-Saber aceitar o sacrifício e o sofrimento;
-Encontrar alegria na simplicidade e na paz;
-Saber guardar no coração longa e divina esperança.
Não lhes basta sofrer, é necessário transformar as dores em renovação e em lições edificantes. Assim, será preciso transmutar a tribulação em alegria e a dificuldade em lição.

Bibliografia:Allan Kardec.“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, c. 5; “O Livro dos Espíritos”, q. 392 a 399 e 920 a 933; “O Céu e o Inferno”, 2ª Parte, c. 5; Durval Ciamponi. “Reflexões sobre as Bem-Aventuranças”, FEESP, São Paulo, 2ª ed., 2000; Francisco Cândido Xavier, médium, André Luiz, Espírito. “No Mundo Maior”, FEB, Rio, c. 7.

Wednesday, October 11, 2006

Aula 30 – O Entardecer da Vida

Em verdade, Simão, ser moço ou velho, no mundo, não interessa!... Antes de tudo, é preciso ser de Deus!” (Francisco C. Xavier, médium, Humberto de Campos, Espírito, “Boa Nova”, c. 9, p. 67)

Nos olhos do jovem arde a chama. Nos olhos do velho brilha a luz”. (Victor Hugo)

Ninguém é tão velho que não pense em viver mais um ano.” (Marco Túlio Cícero)


1-Um Pouco de História

Na Grécia Antiga, a cidade-estado Esparta, em torno do séc. 9 a.C., mantinha um conselho de 30 anciãos, a Gerúsia, que possuía funções administrativa (supervisão), legislativa (elaboração de projetos de lei) e judiciária (tribunal superior).
Na Idade Média, na Europa, o idoso era ouvido em relação aos problemas mais sérios de sua região.
Na Roma antiga, em que a dor era tida como o maior mal e o prazer, o único bem, era lícita a eutanásia com os idosos mais frágeis, gerando-se um alívio para a sociedade hedonista, posto que os incapazes para o trabalho eram considerados inúteis.

Entre povos orientais, como hebreus, chineses, japoneses, a cultura e os costumes sempre deram importância ao papel do idoso na sociedade. Ainda hoje nas cidades da Índia existe o conselho municipal, chamado panchayati; composto por cinco membros, geralmente os mais idosos, portanto mais sábios, que cuidam dos assuntos da comunidade.


2-A Terceira Idade
A terceira idade é uma etapa da vida de um indivíduo, cuja época cronológica varia conforme a cultura e o desenvolvimento da sociedade. Em países mais pobres, por exemplo, alguém é considerado de terceira idade a partir dos 60 anos, o que, para a Geriatria, somente ocorre após os 75.
Com a chegada da terceira idade, alguns problemas de saúde passam a ser mais freqüentes, e outros, incomuns nas fases de vida anteriores, começam a aparecer.

Não existe um consenso com relação a fronteira que limita a fase pré e pós velhice, nem tão pouco, quais são os indícios mais comuns da chegada nesta fase. Dados do IBGE demonstram que entre os anos de 1995 e 1999, no Brasil, o número de pessoas com mais de 60 anos cresceu em 14,5%.
Alguns especialistas denominam o período posterior aos 80 anos de vida como a quarta idade.
Ser idoso é uma contingência natural. Entretanto, ser velho é arbítrio, uma decisão pessoal. Velho é aquele que perdeu sua jovialidade, quem só dorme, quem nada ensina e que se recusa a aprender.O velho vive no passado, não tem planos, focando sempre seus últimos dias.
A realidade física é inexorável, mas há exemplos de pessoas que exercerem excelentes trabalhos após os 60 anos, como Verdi, compositor; Picasso, pintor; Churchill, estadista; Clementina de Jesus, cantora; Helena Meireles, música.


3- Aspectos Doutrinários
Mocidade e velhice são apenas etapas passageiras do progresso do Espírito.” (Emmanuel)
LE, q. 685: “O homem tem direito ao repouso em sua velhice?
Sim, pois está obrigado ao trabalho, apenas na proporção de suas forças.”
LE, q. 685a: “Que recurso utilizará o idoso que tem necessidade de trabalhar para viver e que não tem condições?
O forte deve trabalhar para o fraco; na ausência de uma família a sociedade deve ampará-lo: é a lei de caridade.”
Não existem moços ou velhos, mas, sim, almas jovens no raciocínio ou profundamente enriquecidas no campo das experiências humanas.
A idade física nem sempre corresponde à idade espiritual e vice-versa.
Lembremos que todos fomos criados simples e ignorantes, existindo, assim, a mais absoluta igualdade natural, e o progresso de cada um ocorre por esforço próprio.


4-A família e o idoso
A experiência da família, à luz da justiça das encarnações, permite que os papéis se invertam entre um e outro ciclo encarnatório, assim, é preciso cultivar, entre outros aspectos, o respeito mútuo.

Edaísmo é um preconceito contra uma pessoa ou grupo baseado na idade. Quando este preconceito é a motivação principal por trás dos atos de discriminação contra aquela pessoa ou grupo, então estes atos se constituem em discriminação por idade.
Estudiosos dizem que certa agressividade por parte dos idosos reflete a resposta destes contra a marginalização a que se sentem submetidos.

O Idoso (Autor desconhecido. Tradução: Charles Willian Rule)

Abençoados são aqueles que compreendem meus passos vacilantes, minhas mãos que tremem.
Abençoados são aqueles que sabem que hoje meus ouvidos precisam se esforçar para apreender as coisas que dizem.
Abençoados são aqueles que parecem saber que meus olhos são embaçados e meu espírito, vagaroso.
Abençoados os que olharam para o outro lado, quando hoje derramei café na mesa.
Abençoados aqueles que com um alegre sorriso param para conversar um pouco.
Abençoados aqueles que nunca dizem: “Você contou esta história duas vezes hoje.”
Abençoados aqueles que sabem como trazer de volta lembranças de ontem.
Abençoados os que percebem o meu desalento em forças encontrar para a cruz carregar.
Abençoados aqueles que com bondade suavizam minha jornada à última morada.


Bibliografia:Allan Kardec.“O Livro dos Espíritos”, q. 115, 685, 685a; Leda Marques Bighetti. “Visão Espírita do Idoso”.artigo no Portal do Espírito: www.espirito.org.br; Enciclopédia Wikipedia, pt.wikipedia.org.

Wednesday, October 04, 2006

Aula 29 – Infância e Adolescência

1-Adolescência, Puberdade e “Adultescência”

A adolescência é o período que se estende desde a puberdade – 12-13 anos, até atingir o estado adulto pleno – 22-25 anos. É variável entre os pesquisadores da personalidade juvenil, em virtude das diferenças na idade emocional e mental nos adolescentes.
Período de existência que se caracteriza por transformações acentuadas de comportamento, acompanhando as mutações físicas, apresenta muitas vezes, dificuldades de relacionamento com os pais e problemas complexos no caráter e no sentimento, desafiando orientadores e psicólogos.” (Walter Barcelos)
Puberdade: é a fase em que predominam as modificações orgânicas, a maturação hormonal, ocorrida durante os 8-9 anos até 12-13 anos.
Na
adolescência, o predomínio está para as modificações das características psíquicas, sendo um período de grandes oscilações:

BIO: aperfeiçoar e enriquecer;
PSICO: desenvolvimento emocional;
SOCIAL: enriquecimento do ter;
ESPIRITUAL: desenvolvimento do ser.

Adultescência”: O adultescente é uma pessoa imbuída de cultura jovem, mas com idade suficiente para não o ser. Geralmente entre os 35 e 45 anos ou idade não declarada, eles não conseguem aceitar o fato de estarem deixando de ser jovens. (Viviane Piagentini: “Adultescência - comportamento adolescente na fase adulta”, Revista QG, setembro/2006)

2-Fases da Adolescência
Segudo a Dra. Amélia Vasconcelos, podemos dividir a adolescência em três fases:
a)adolescência I: 12-13 anos: criança começa a ficar malcriada; rebeldia; contestação; agressividade; endogamia - os pais como referência de amor; angústia: perder a identidade;
b
)adolescência II: 14-15 anos, ápice: rebeldia; busca de auto-afirmação; crise de identidade (crise de valores); separação da família – discriminar-se, pertencer ao “grupo”; ápice da onipotência – euforia, exuberância; mais competitivo; mutação – roupas, aparência; exibicionismo; exogamia – busca companhia amorosa sem ser seletivo; retratação e afastamento dos pais;
c)
adolescência III: 17-18 anos: aceitação de limite – elabora melhor a onipotência; senso de realidade – pensar e agir; escolha da profissão – capacidade de realizar algo; aspectos mais depressivos – crises de consciência; exogamia – companhia amorosa mais seletiva.


4-Maturidade
A maturidade é a fase da vida em que a pessoa toma posse de si mesmo e passa a agir com responsabilidade:
-pensar sobre a realidade;
-refletir sobre a realidade;
-agir diante desta reflexão;
-assumir a própria identidade;
-desligar-se da identidade dos pais.


5-Diálogo Familiar
A família reúne pessoas com diversidade de formações e histórias. Há famílias espirituais (com laços que vão além da brevidade material) e famílias corporais (cujos vínculos coincidem com a efemeridade da matéria).
Do ponto de vista espiritual, a oportunidade do reencontro familiar pode ser a reprodução de laços de afinidade de muitas encarnações.
Em todo núcleo familiar é importante fortalecermos os afetos, por exemplo, através do diálogo familiar construtivo.
Os filhos devem aprender a respeitar limites e a ter responsabilidades cada vez mais abrangentes. Fica mais claro entender limites ao se compreender as conseqüências de atitudes e decisões. Nesta comunicação é necessário dizer o que se sente, sem fantasiar as situações.

Em “Inteligência Emocional”, Daniel Goleman recomenda aos pais:
-Aceite que a adolescência é a época em que os filhos se separam dos pais;
-Mostre respeito pelo seu adolescente;
-Proporcione uma comunidade a seu filho;

-Estimule seu filho a decidir sozinho e continue a ser seu preparador emocional.


6-Universo Afetivo
Toda emoção tem um papel a nos ensinar: alegria (nos otimizar); tristeza (nos introspectar); raiva (gerar autonomia); medo (conduzir à prudência); preocupação (planejamento).
O adolescente é um ser que “adora” e “sente”, sujeito a transformações intensas e mais sensível às emoções que em qualquer outra etapa normal do desenvolvimento humano. Na família, deve-se criar o ambiente afetivo propício ao amor, à auto-estima e ao aprendizado das emoções.


7-Ingratidão dos Filhos
A família nos oferece oportunidades de praticar a caridade. Não se trata somente de preocupação com a manutenção material do lar, mas também de aspectos como a prática da tolerância, do perdão, do esquecimento de injúrias e desinteligências. É indispensável o esforço para vencer o egoísmo e o orgulho.

8-Moral estranha
Jesus, em Matheus 19:29, cita a necessidade de seus seguidores de abandonarem seus pais para alcançar o reino de Deus. Não se trata de “odiar” ou ter repulsa aos genitores, mas da necessidade do amor desprendido no meio familiar, sabendo-se da justiça das reencarnações e da eternidade dos laços da família espiritual.

Bibliografia:Allan Kardec.“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, c. 4, it. 18 a 23, c.14, it. 8 e 9, c. 23; “O Livro dos Espíritos”, q. 203 a 217; AME Brasil, “Saúde e Espiritismo”, São Paulo, 1998, pp. 395 a 410; Walter Barcelos. “Sexo e Evolução”, FEB, Rio, 1995, c.12, pp.141-142.